O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que a decisão da destinação da faixa do 6 GHz já foi tomada pela agência e não deve ter mudanças. Ou seja, metade da frequência será dedicada ao serviço móvel pessoal (SMP) e a outra parte para o uso não licenciado, como reforçou o representante em conversa com Mobile Time nesta segunda-feira, 19.
Durante o Seminário Infraestrutura e Telecom organizado pelo Lide em São Paulo, Baigorri afirmou que entende o lado daqueles que representam a defesa do 6 GHz em sua totalidade para o Wi-Fi, como a Abrint. Mas reforçou que “a decisão está tomada e o tema, encerrado”.
Os provedores querem o 6 GHz para terem a plena capacidade do Wi-Fi 6 e do Wi-Fi 7. Por sua vez, a indústria móvel entende que a frequência é essencial para o 6G, a sexta geração da telefonia celular.
Vale lembrar, em seu evento voltado ao mercado de ISPs no começo deste mês de maio, a Abrint considera a possibilidade de entrar na Justiça, após os recursos administrativos da Anatel se esgotarem. Mas, o tempo urge, pois o leilão desta frequência para o SMP está programado para ocorrer até 2026.
700 MHz
Outro tema debatido em conversa com esta publicação foi o futuro da faixa de 700 MHz. O presidente da agência reguladora lembra que o tema voltou para o conselho diretor, após o fim da consulta pública. Atualmente sob relatoria da conselheira Cristiane Camarate, o projeto é visto como prioridade para a Anatel: “É um processo que está andando e é prioritário. Nós queremos colocar esse espectro logo para o mercado”, disse o presidente da reguladora.
Em relação à possibilidade de as operadoras participarem mediante um prazo mais longo de obrigações, Baigorri afirmou que não “faz leilão de acordo com o que as operadoras querem”, mas entende aquilo que a “política pública” exige.
Afirmou ainda que não vê nenhum fato que exigiria alteração no certame neste bloco do 700 MHz, se comparado com o leilão feito em 2021.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA