MobiFinance; open banking

Fernando Paiva, moderador do MobiFinance; Karen Machado, do Banco do Brasil; Thiago Alvarez, do PicPay; Roberto Carvallho, da Dynatrace; Wagner Martin, da Veritran; e Ivo Mósca, do Itaú Unibanco

Agregador financeiro e ofertas de crédito serão os pilares iniciais dos serviços oferecidos no open banking – sejam eles para clientes pessoa física ou para pessoa jurídica. É o que acreditam os participantes do primeiro painel do MobiFinance, seminário de negócios sobre serviços financeiros e pagamentos móveis, mobile banking e m-commerce no Brasil, nesta terça-feira, 19. Executivos de Itaú, Banco do Brasil, PicPay, Dynatrace e Veritran debateram quais serão os novos produtos e benefícios mais trabalhados pelas instituições no médio prazo.

Ivo Mósca superintendente de open finance e pagamentos instantâneos do Itaú Unibanco, lembrou que o cliente não gosta de passar muito tempo em aplicativo de banco. Assim, um agregador ajudaria a fazer com que o usuário fique menos tempo olhando suas aplicações e contas. “Ali estará o controle financeiro do cliente. É um pilar forte”, aposta.

Karen Machado, gerente de open banking do Banco do Brasil, aposta que o agregador será o principal caso de uso do sistema financeiro aberto e o BB já está preparando um para lançar em breve. “É um facilitador que dará visibilidade às contas do cliente. E, indo além, ele também poderá oferecer assessoria e opções de investimento. Quem conseguir os modelos mais assertivos (de IA) ajudará o cliente a cuidar do seu dinheiro”, explica.

Com as contas jurídicas não deverá ser diferente, uma vez que nem todas as empresas têm um sistema sofisticado para gerir as contas. “Além do business financial manager, também podemos oferecer soluções de pagamento e cobrança. Com a chegada da fase 3 do open banking, apostaria nesse tipo de solução”, afirma Machado. O Banco do Brasil deverá ofertar uma solução de cash management para PJ em breve, pensando na combinação de dados a partir das fases 3 e 4 do open banking.

O crédito também é outro ponto importante, segundo Mósca. De acordo com o superintendente do Itaú Unibanco, cerca de 50% da população bancária está negativada e as pessoas nem sabem por que estão nessa condição. “Quando você não conhece o cliente é difícil conceder crédito para ele porque tem essa marcação negativa. Com o open banking será possível entender todos os dados transacionais dessa pessoa, inclusive dos últimos 5 minutos”, disse. “E, quando você percebe que essa pessoa já se restabeleceu, é possível oferecer um crédito a ela. Com dados e perfil de gastos dos clientes, as instituições que conseguirem se adequar às modelagens (de IA), terão uma possibilidade grande de sermos assertivos, acrescentou.

Para o PicPay não será apenas uma ou outra solução “matadora”, mas dezenas delas. Segundo Thiago Alvarez, diretor de open banking da fintech, a aposta está na transformação maior com o uso de tudo aquilo que o sistema financeiro aberto permite, o que inclui aplicações como agregador de contas e ofertas de crédito, mas também “aquelas invisíveis que o cliente não percebe. É uma jornada. Vamos começar, mas ainda precisamos desenvolver a infraestrutura”, pontua.

Roberto Carvalho, vice-presidente para Brasil e América do Sul da Dynatrace, avalia que vencerá aquele que conseguir entregar a solução no menor tempo possível, uma vez que o cliente está cada vez mais impaciente e apressado. Outro ponto salientado pelo executivo é que a inteligência artificial pode ajudar na detecção de anomalias, por exemplo.