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O conselheiro da Anatel Vicente Aquino afirmou que não acredita na possibilidade dos pequenos provedores (PPPs) ficarem de fora do leilão de 5G. Durante live organizada pela Americanet na tarde desta terça-feira, 20, Aquino disse que “as PPPs devem ser parte integrante do edital”.

“As PPPs alcançam o primeiro lugar do mercado brasileiro de conectividade (via fibra ótica), mais que qualquer operadora grande. Essas empresas não têm subsídios diretos. Elas criaram um modelo de negócios que leva conectividade de fibra ótica ao interior do Brasil. Não vejo como as PPPs podem ficar de fora”, afirmou Aquino.

Corroborando com o a fala do conselheiro, Luiz Tonisi, CEO da Nokia no Brasil, lembrou que a quantidade de acesso de banda larga das PPPs representa 35% do market share, ou seja, são o maior representante de conectividade de fibra do Brasil. Tonisi afirmou ainda que a fornecedora finlandesa vendeu mais de 1,5 milhão de acessos de fibra (FTTH) no Brasil: “Isso para mim é digitalizar o País. 5G complementará esse serviço”.

O conselheiro da Anatel defendeu ainda o leilão não arrecadatório, e afirmou que as PPPs não devem ter incluso o ônus da mitigação do TVRO. Com isso, Aquino explicou que esse valor deve ficar a cargo das grandes operadoras e que os custos devem sair da receita adquirida no certame. Lembrou ainda que o modelo defendido (CCA) tem como base o trabalho dos pesquisadores norte-americanos que ganharam o Prêmio de Nobel de Economia neste ano, Robert B. Wilson e Paul Migrom, da Universidade de Stanford.

Por sua vez, Vitor Menezes, secretário-executivo de telecomunicações do MCTIC, prevê que as operadoras competitivas terão acesso ao 5G para ampliar as conexões no interior do Brasil. Acredita que o acesso chegará primeiros àquelas PPPs que têm capacidade financeira e técnica, e depois eles poderão contratar as empresas de nicho para cobrir essas localidades.

Para Lincoln Oliveira, CEO da Americanet, o modelo não-arrecadatório com pagamento de 10% pela licença e 90% de custos de implementação ajudaria a entrada das PPPs no leilão e a expansão do 5G para o interior do País. Inclusive, Oliveira afirmou que há interesse de fundos internacionais em custear essa parte para as pequenas provedoras. Por outro lado, o executivo afirmou que um modelo arrecadatório inviabiliza a entrada dos pequenos na quinta geração das redes celulares.

Modelo de negócios

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Sobre eventuais modelos de negócios com 5G, como MVNOs, Oliveira disse que a tecnologia pode aumentar a lucratividade e deve coexistir com outras tecnologias e serviços: “Embaixo da Americanet temos ISPs que fazem e têm sua marca em um chip de celular e vendem produtos de Internet. Com 5G, os ISPs (grandes) merecem uma atenção especial e buscam ajudar os provedores regionais e menores ISPs a utilizar essa mesma frequência com menos recurso”.