A Claro avalia a entrada no mercado de energia, em um formato similar àquele que as rivais TIM e Vivo desenvolveram. “Nós estamos estudando”, disse Marcio Carvalho, CMO da operadora.

“Tem muitos players em média tensão, mas quando chegar em baixa tensão tem volume para usarmos a escala (nacional) que temos. Portanto, nós estamos conversando e buscando alternativas também”, completou, em painel no MobiXD 2025, evento organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 20, em São Paulo.

O estopim para a entrada de operadoras em energia é a abertura do mercado livre de energia, que permite ao consumidor escolher seu fornecedor de eletricidade.

Embora exista desde 1995, essa categoria de negócios funcionava apenas para alta tensão. Mas uma portaria do Ministério de Minas e Energia em setembro de 2022 (50/2022) liberou este mercado para média tensão (de 1 mil a 69 mil volts) e alta tensão. Por sua vez, a baixa tensão (abaixo de 1 mil volts) deve ter sua abertura a partir de 2027.

Com isso as operadoras usam a sua capilaridade nacional para entrar neste segmento em parceria com players do mercado de energia. É o caso da TIM, que firmou parcerias com Eletrobras para entrar no mercado livre de energia para o B2B e com a e Thopen (RZK Energia) no mercado de geração distribuída (GD), que permite alcançar o B2C gerando sua própria energia e conectando à rede.

TIM em energia

Renato Ciuchini, vice-presidente de estratégia e transformação da TIM, afirmou que os dois setores têm muita sinergia: “O mercado (de energia) vai mudar muito nos próximos cinco anos. Dentro de três e quatro anos veremos resultados de investimento”, disse.

Para o executivo, há um trabalho de educação a ser feito e tem espaço para mais players. Atualmente, o primeiro serviço da TIM com a Thopen foi iniciado em março e com a Eletrobras será iniciado até o fim do segundo trimestre.

Vivo e a GUD

Por sua vez, a Vivo, que tem uma parceria com a Auren (Raízen) por meio da joint-venture GUD, está mais avançada neste mercado. Com um ano de atuação, a empresa está no B2B mas aguarda a liberação da baixa tensão para vender energia também para o consumidor final.

Segundo Fábio Balladi, CEO da GUD Energia, a empresa descarta entrar em geração distribuída. Seu foco será o mercado livre de energia varejista. Acredita que este o mercado de energia tem sinergia não apenas com telecom, mas com tecnologia em geral. Deu como exemplo as parcerias entre empresas de TI e energia na Europa. E prevê que eventualmente o mercado brasileiro pode passar por consolidação.

Algar e o novo dinheiro

Já a Algar Telecom oferece energia solar compartilhada para o B2B em parceria com a (re) energisa. Marcio Jesus, vice-presidente de negócios da Algar Telecom, explicou que a experiência em energia traz dinheiro novo para o setor de telecom.

“Essa diversificação (de receita) está sendo promovida por todos os players do setor de telecom e busca gerar valor”, comentou.

Imagem principal, da esquerda para direita: Marcio Carvalho, Claro; Marcio Samis, Vivo; e Marcio Jesus, Algar (crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time)

 

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