Ilustração: Cecília Marins/Mobile Time

O preço médio do smartphone vendido no Brasil durante o segundo trimestre deste ano foi de R$ 1,8 mil, um aumento de 10% contra o mesmo período de 2021. Esse movimento acontece por “reflexo do incremento de chips e de seu custo, do frete mais caro e da desvalorização do real”, como descreve o documento da IDC Brasil divulgado nesta quarta-feira, 21.

Por outro lado, a empresa observou uma queda de 11% no preço médio dos dispositivos na comparação do segundo com o primeiro trimestre de 2022, devido a “um mix com mais produtos de preço baixo”, completa Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria de consumer devices da empresa de análise e pesquisa.

Em conversa recente com Mobile Time, Marco Palma, CEO e sócio-fundador da Usina de Vendas, alertou que o mercado passa por um “efeito sanfona” em 2022. Ou seja, os varejistas estavam com os estoques cheios de peças esperando um aquecimento da economia que não veio no primeiro semestre do ano. E, agora, os comerciantes estão começando a “desovar o estoque de peças antigas” no terceiro trimestre para preparar as vendas com equipamentos mais novos para o final do ano atípico com três grandes movimentos comerciais neste 2022: Black Friday, Copa do Mundo e Natal.

Outro executivo que avisou sobre o excesso de estoque foi Rogério Moreira, gerente de vendas da Smart Modular. Em agosto deste ano, o gestor da fornecedora de insumos indicou que “estão sobrando peças” de computadores e handsets no mercado e que isso deve afetar o setor em 2023, pois a demanda está em queda com o retorno das atividades presenciais e os efeitos negativos da macroeconomia.