O crescimento e as possibilidades do uso do RCS (Rich Communication Service) foram temas de uma das sessões do Super Bots Experience 2025 nesta quinta-feira, 21, em São Paulo. No primeiro dia do evento, o head de RCS for Business do Google para o Sul da América Latina, Kaio Marin, falou sobre a evolução da ferramenta, que vem ganhando espaço e recebendo atualizações.
O executivo lembrou que o cenário da comunicação digital no Brasil tem passado por transformações impulsionadas pelo avanço de tecnologias integradas ao dia a dia dos usuários. Um dos protagonistas dessa mudança é o RCS (Rich Communication Services), serviço que já está disponível para 135 milhões de pessoas no País e que promete elevar o patamar da mensageria para empresas e consumidores.
De acordo com Marin, o RCS vem apresentando taxas de leitura, interação e retorno sobre investimento (ROI) significativamente superiores às registradas por outros canais tradicionais, como SMS, e-mail e notificações push. Empresas que aderiram à tecnologia relatam taxas de leitura de até 45%, índices até dez vezes maiores de interações e um ROI seis vezes superior comparado aos canais concorrentes.
SMS x RCS
Diferente do SMS, que ainda é utilizado por muitas empresas para envio de mensagens, mas pouco popular na troca de mensagens entre pessoas no Brasil, o RCS amplia as possibilidades ao transformar o aplicativo de mensagens do celular em um canal conversacional avançado. “Isso ocorre por meio de uma parceria estratégica entre o Google e as operadoras de telefonia, o que permite o uso do RCS sem a cobrança de dados móveis, tornando o acesso mais democrático para diferentes perfis de usuários”, explicou.
Além de levar a comunicação para a nuvem, a tecnologia permite recursos como identificação visual de marcas, contas e nomes verificados para empresas, maior controle de spam e uma experiência de engajamento muito mais personalizada. “Com isso, as marcas podem exibir seus logos e nomes, transmitindo mais confiança e credibilidade ao consumidor”, disse.
Marin lembra que o serviço está integrando funcionalidades do Google de forma nativa, como o Google Wallet, o calendário do Google e o Google Maps — facilitando, por exemplo, o compartilhamento e pedidos de localização. Outro destaque recente é o lançamento do WebView, que permite experiências interativas como o reconhecimento facial diretamente dentro da conversa, além do envio e recebimento de mensagens de áudio com transcrição automática.
Com a proposta de transformar a experiência da tradicional caixa de entrada, o RCS já é amplamente utilizado para comunicações entre empresas e clientes (conhecido como A2P). No entanto, em outros países, o serviço também é bastante comum para trocas de mensagens entre pessoas (P2P), um cenário que, aos poucos, começa a ganhar força no Brasil.
“Nossa expectativa é expandir ainda mais o uso do RCS, avançando para o universo P2A (Person to Application), no qual consumidores interagem diretamente com aplicações, principalmente para atendimento e busca de informações”, revelou, lembrando que a empresa vem testando, por exemplo, a possibilidade de apresentar cards nas buscas do Google com o nome de empresas, que direcionam o usuário diretamente ao canal de conversa via RCS.
Novidades também incluem o projeto RCS.me, voltado para todos os tipos de empresas, e a integração da comunicação RCS em sites institucionais. “A otimização do uso do RCS é essencial, por isso trabalhamos em conjunto com nossos parceiros para oferecer suporte a empresas em todas as etapas, desde a conexão inicial até o convencimento e conversão em vendas”, afirmou. Estas parcerias também garantem a implementação e o acompanhamento de métricas importantes, como o custo por interação e o custo de aquisição de clientes.
Foto principal: Kaio Marin, head de RCS for Business do Google para o Sul da América Latina. Crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time