Uma pesquisa da Consumoteca encomendada pelo Itaú (AndroidiOS) revelou que 41% dos consumidores brasileiros veem o banco como um espaço para ajudar na tomada de decisão, organizar e prosperar financeiramente. Algo que, na visão de Michel Alcofarado, sócio-fundador da empresa de pesquisa, mostra que as instituições financeiras podem apoiar com o uso da inteligência artificial.

“A IA e as tecnologias serão fundamentais nesta conversa”, disse o especialista em relação ao apoio da IA na gestão financeira.

A fala de Alcofarado condiz com um dos resultados do estudo feito no primeiro semestre deste ano com 5 mil pessoas que revela que 65% dos brasileiros gostariam que a IA oferecesse sugestões, em vez de tomar decisões de forma automática.

“O que é importante é que os bancos tenham esse jeito de gerenciar finanças no futuro.  Não só o lugar onde ele toma decisões por mim, mas dar um norte e permita que eu tenha um bem-estar, uma visão de autonomia que antes não sabia resolver sozinho”, detalhou.

Apresentada nesta quarta-feira, 22, a pesquisa revela que:

  • 37% acham que o banco pode ajudar fornecendo relatórios de gastos;
  • 36% preferem usar IA no app em vez de conteúdos genéricos;
  • 34% acreditam que os bancos podem oferecer uma assistente virtual com IA que oriente sobre finanças dentro do app.
IA

Michel Alcofarado, sócio-fundador da Consumoteca (divulgação)

Com esses dados, o especialista reforçou que a IA pode ajudar o cliente a planejar, a reduzir ruído e a transformar a gestão de finanças em um jeito de autocuidado e de planejamento de futuro: “É entender como a educação financeira assume um papel prático e acessível. Mas também perceber como o ambiente da gestão das contas digital pode ser um lugar de confiança e não de caos e de desconfiança”, concluiu.

Organização

O sócio da empresa de pesquisa e análise de mercado revelou ainda que a maioria dos brasileiros (80%) querem organizar melhor o seu dinheiro. A principal forma de gestão para os consumidores é o app do banco (47%), seguido por uso de caderno (27%), planilhas (27%), cofrinho ou caixinha virtual (25%). Chama a atenção que apenas 10% admitem que usam IA na gestão financeira.

Por outro lado, há desafios. Um exemplo é a renegociação de dívidas: 10% dos brasileiros apagam o app para não ver as dívidas e o índice fica mais alto, 15%, na geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Questionado por Mobile Time sobre este impacto, Alcofarado aponta dois fatores para este fenômeno:

  • A falta de espaço no celular do consumidor;
  • O cidadão apaga o app para desistir das dívidas.

“É um traço brasileiro que só acredita no que vê”, disse. “Quando apago o aplicativo com a dívida, ele acredita que a dívida acabou. Essa é a lógica do milagre na sua vida financeira. Acredita que vai acontecer alguma coisa. Isso atravessa todas as nossas vidas no Brasil. Não importa quanto dinheiro você tem. Acredita que vai aparecer alguma coisa que vai resolver na sua vida financeira, no lugar de gerenciar bem suas contas”, concluiu.

Imagem principal: da dir. para esq.: João Araújo, Itaú; Pâmela Vaiano, Itaú; Michel Alcofarado, Consumoteca (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

 

 

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