O Magazine Luiza é reconhecido como um dos mais bem sucedidos exemplos de transformação digital no setor nacional do varejo. Seu CEO, Frederico Trajano, falou sobre isso durante o Universo Totvs, seminário organizado pela Totvs nesta terça-feira, 25, em São Paulo.

“Para nós, inovar é uma questão de sobrevivência”, disse o executivo. Ele explicou o porquê: “A revolução digital transferiu poder de quem oferta para quem compra. O consumidor agora nem precisa sair de casa. Isso obrigou a loja física a se transformar. Essa mudança gerou um impacto enorme no varejo do mundo inteiro. O cemitério do varejo está cheio de empresas que não souberam lidar com as mudanças.”

Frederico Trajano, do Magazine Luiza, e Laércio Cosentino, da Totvs, no palco do Universo Totvs

Nas suas palavras, o consumidor agora tem “superpoderes”, especialmente o poder da informação. Ele não pode ser enganado com preço alto, porque consegue rapidamente comparar preços. Não pode ser enganado com um produto ou serviço ruim porque existem as avaliações de outros usuários publicadas na Internet. E se alguma loja tentar enganá-lo, seu nome vai aparecer no Reclame Aqui.

“Passou a ser necessário focar no consumidor, não no lucro. Algumas empresas não fizeram essa mudança e estão sucumbindo para concorrentes velozes e digitais centrados no consumidor. O Magalu está fazendo um esforço enorme para não cometer o mesmo erro”, comentou.

Como parte de seu processo de transformação digital, o Magazine Luiza investiu em canais digitais, mas também na modernização das suas lojas físicas. Estas viraram mini-centros de distribuição, que entregam produtos comprados online. E para quem vai até a loja comprar algo a ideia é que viva uma experiência. “O ponto de venda precisa ir além da transação, tem que oferecer uma experiência, senão a pessoa não vai comprar lá”, recomendou.

Os funcionários também foram integrados à transformação digital da varejista. 10 mil vendedores receberam celulares. Diversos processos foram “mobilizados”, e agora são feitos na tela dos telefones, desde o recebimento de mercadorias até a sua venda, passando pela verificação de estoque e a emissão de cartões.

“Definimos como estratégia ser uma empresa digital com pontos físicos. Trouxemos tecnologia para que lojas protagonizassem os negócios. Pusemos tecnologia no centro do negócio”, explicou.

Comércio eletrônico

No primeiro trimestre deste ano, as vendas online responderam por 42% do faturamento do Magazine Luiza, e registraram crescimento de 60% em 12 meses. “E isso num período de crise. Sem inovação não conseguiríamos. A inovação nos define”, disse Trajano.