Há três anos atuando na cidade de Passos/MG, As Meninas Motoristas vão expandir nos próximos seis meses para municípios da região. O aplicativo de transporte individual de passageiros (Android, iOS) utiliza a plataforma da Machine, empresa da holding Gaudium, só trabalha com motoristas mulheres, e possui mais de 17 mil usuárias ativos na plataforma em busca do seu diferencial.
Para a expansão, as sócias trabalham com possibilidade de venda de franquia – dependendo da cidade –, mas também abrir filiais em municípios vizinhos. As empresárias já delimitaram algumas cidades, mas ainda não está definido como vão atuar. “Estamos em negociação e em contato com a Machine para saber como vamos atuar. Nos próximos seis meses já estaremos em algum novo mercado” estipula Silvia Royer, sócia-fundadora da plataforma, em conversa com Mobile Time.
Entre os diferenciais está um treinamento antes de a motorista entrar na plataforma. Nele, elas são estimuladas a serem cordiais com os clientes, prestativas e o carro está sempre limpo. Por exemplo, se uma criança precisa ser entregue na escola, ela será deixada na porta. Mas também pode ser uma ajuda com a compra do supermercado, que está pesada, ou uma atenção extra com o idoso. “Além disso, nós (as sócias) fazemos um revezamento e estamos sempre de plantão na plataforma com acompanhamento em tempo real das corridas”, afirma.

As Meninas Motoristas: as sócias Rute Tiago Leandro, Silvia Denise Royer, Iara Carlos Chaves. Crédito: divulgação
Para trabalhar no app
Atualmente, As Meninas Motoristas contam com 72 profissionais. Elas passam por um treinamento que pode levar de 1h a 3 horas e frequentemente elas passam por uma atualização desse treinamento.
Para começar a trabalhar no app, as profissionais devem passar por uma simulação de uma corrida com uma das sócias da empresa. Assim, a motorista deve saber lidar com o app, o GPS e com possíveis alterações de trajeto que a cliente solicita. “A nossa sócia entra como uma passageira e simula uma corrida. Pede para incluir uma parada. Depois, com a documentação certa, ela está liberada para trabalhar. Mas a gente acompanha de perto. E nas primeiras corridas, ligamos para a cliente para saber como foi o atendimento”, detalha Royer.
O diferencial até atrai os motoristas homens, mas Royer é categórica: “Muitos até querem entrar para a plataforma pelo nosso diferencial. Nada contra motoristas homens, mas eles não têm vaga por aqui”, conta. “Até atendemos clientes homens. Mas nosso público é 99% feminino. Esse 1% masculino é o filho, o marido, o irmão das nossas clientes”, explica.
Como funciona
Entre as formas de pagamento, As Meninas Motoristas aceitam Pix, cartões de crédito e débito e dinheiro. Não existe pagamento in-app e elas carregam consigo máquina POS.
Existem quatro categorias de corrida: a comum, dentro da cidade; viagem, que deixa a pessoa em algum local de uma rodovia; terra, em que é preciso passar por uma estrada de terra; e pet, para levar animais de estimação da passageira.
O valor de uma corrida começa por R$ 16 (aquelas entre 6h e 19h, de segunda a sexta). O mínimo muda quando é madrugada, feriado e fim de semana. Ele é calculado a partir do tempo gasto e o quilômetro percorrido. E, por corrida, o app As Meninas Motoristas fica com um valor fixo de R$ 2,75, independente da hora da corrida, do tipo ou do tamanho do trajeto.
Surpresinha
Entre os recursos para pedir uma corrida está o Iago, uma inteligência artificial integrada no WhatsApp que pode iniciar um trajeto com uma cliente. Esta é a modalidade surpresinha porque a motorista não consegue identificar o destino final do trajeto.
Na prática, a cliente solicita a corrida pelo app de mensageria inserindo nome e endereço de destino. Quando aparece para a motorista, não vem com a informação de destino. Apesar da surpresa, o acompanhamento da corrida acontece em tempo real e ela fica registrada no app de As Meninas Motoristas.
Como surgiu As Meninas Motoristas
Tudo começou dentro de uma comunidade no WhatsApp entre condutoras e passageiras. As profissionais trabalhavam em aplicativo de transporte da cidade, mas muitas passageiras pediam uma corrida particular – por se sentirem mais seguras entre mulheres. Esse grupo cresceu – eram 21 condutoras no fim – e Royer, que já tinha sido sócia de um app de transporte e conhecia a Machine, começou a desenvolver com a empresa uma plataforma própria.