A Motorola está em uma fase confortável no Brasil, com boas vendas com seus aparelhos, em especial o Moto G. A empresa, agora parte da chinesa Lenovo, resolveu apostar no ditado de que "time que está ganhando não se mexe", alterando levemente seu campeão de vendas apenas para renová-lo ao gosto do consumidor e manter suas vendas no País e demais mercados emergentes. A estratégia parece estar dando certo, porque a segunda geração do smartphone é, ainda, uma das melhores opções em termos de custo/benefício no mercado.

O Moto G novo tem exatamente o mesmo hardware da geração 2013. E isso não é ruim, já que o aparelho continua mais do que suficiente para lidar com as tarefas do dia a dia. Boa parte desse aproveitamento no desempenho é a estratégia da Motorola em deixar o Android 4.4.4 em seu estado "quase puro", com apenas alguns poucos serviços da própria empresa. Nota-se, no entanto, que esses apps da marca são até menos intrusivos no Moto G do que em outros modelos, como o Moto X e o Moto Maxx.

Ainda é importante ressaltar que o dispositivo está prestes a ganhar a versão 5.0 do sistema operacional do Google, o Android Lollipop. Trata-se de uma das maiores mudanças no OS da empresa desde seu lançamento e a promessa é de deixar o Moto G não apenas atual, mas com uma interface avançada e recursos adicionais para deixar o aparelho melhor.

Independentemente disso, o smartphone tem algumas boas novidades. Uma delas é a inclusão de slot para segundo SIMcard e para microSD para expansão. A mais notável é a tela, agora de 5 polegadas, ainda que traga a mesma resolução de 720p da geração anterior. A densidade de pixels diminuiu, mas isso é algo que se nota apenas na comparação com os dois modelos lado a lado.

Hardware

O aumento da tela não pareceu prejudicar muito o desempenho gráfico ou de bateria do Moto G. Em uso normal, ele se mostrou mais do que competente. Claro, ele não vai mostrar transições tão rápidas entre aplicativos quanto aparelhos high-end, e pode demorar meio segundo a mais para carregar a tela inicial ao se apertar o botão home, mas não é nada que estrague a experiência de uso. A Motorola parece ter feito um bom trabalho na hora de otimizar o 1 GB de RAM e o processador Qualcomm Snapdragon 400, um quad-core de 1,2 GHz mais do que competente e capaz de rodar razoavelmente até games com certa demanda gráfica, como Asphalt 8.

Essa versão volta a trazer rádio FM, mas agora inclui também TV digital no padrão 1-seg brasileiro. Isso significa que, sim, é possível assistir televisão por ele, mas não espere imagens em alta definição ou boa qualidade de recepção. É bom ter em casos específicos, mas não é um recurso extremamente funcional – muito mais por conta da qualidade do sinal de radiodifusão e o padrão de TV móvel escolhido pelo Brasil, vale ressaltar.

Os alto-falantes do Moto G agora são em estéreo, localizados no topo e na parte de baixo frontal do smartphone. Funcionam bem, mas não espere qualidade excepcional. Mesmo trazendo som em dois canais, ele ainda é inferior ao apresentado no Moto X. Claro, uma das concessões que a Motorola precisou fazer para conseguir praticar um preço mais em conta.

Preço honesto

Aliás, é nessa parte em que o dispositivo sempre se sagra como um dos favoritos. Por todos os recursos, ele oferece custo/benefício muito melhor do que dispositivos de ponta de outras marcas, mas que são desatualizados tanto em hardware (como no caso do iPhone 4S) quanto software (como os Samsung Galaxy S3 e S4). Ele compete atualmente com marcas como Asus (com o Zenfone 5) e a Positivo (com o S480), mas oferece a vantagem de trazer o Android mais puro e, possivelmente, com atualizações chegando antes. O Moto G de segunda geração testado vinha com 16 GB e TV digital, e ele ainda traz duas capas coloridas e custa cerca de R$ 720 desbloqueado. É difícil competir com ele em preço, especialmente para quem está comprando um smartphone pela primeira vez.