Em uma mudança de postura, o Telegram atendeu a uma ordem da Justiça brasileira e bloqueou o acesso no País ao canal do influenciador bolsonarista Allan dos Santos. Para quem tenta entrar no canal a partir de um smartphone no Brasil o Telegram exibe a seguinte mensagem: “Este canal não pode ser exibido porque violou as leis locais”. A ordem para o bloqueio havia partido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com um prazo de 48 horas para seu cumprimento. Caso o Telegram não atendesse à Justiça brasileira, Moraes ameaçou ordenar o bloqueio do aplicativo no País.

Mensagem exibida pelo Telegram para quem tenta acessar o antigo canal de Allan dos Santos

O canal de Santos tem mais de 100 mil seguidores. Na manhã deste sábado, 26, antes do bloqueio, ele publicou algumas mensagens de teste, para checar se o canal ainda estava funcionando. E antes que a paralisação ocorresse, teve tempo de convidar seus seguidores a entrarem em um novo canal que criou em substituição ao que acabaria bloqueado poucas horas depois. O novo canal já tem 14 mil participantes, no começo da noite deste sábado, em menos de 24 horas de operação. Nele, o influenciador bolsonarista publicou um vídeo criticando a decisão da Justiça brasileira e divulgou também uma série de dicas para as pessoas acessarem o Telegram de maneira alternativa caso o app venha a ser totalmente bloqueado no País.

Análise

O atendimento à ordem da Justiça brasileira marca uma reviravolta na estratégia do Telegram. Até então, o app vinha ignorando os contatos feitos pela Justiça, valendo-se do fato de não ter um representante oficial no Brasil. Diversas notificações enviadas por autoridades brasileiras para a sede da empresa em Dubai, por exemplo, ficaram sem resposta. Resta ver se a partir de agora haverá uma aproximação do app com as autoridades brasileiras e o atendimento a novas ordens.

O Telegram está presente em 60% dos smartphones brasileiros, tendo ganhado 15 pontos percentuais em um ano, de acordo com a nova pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil, publicada nesta semana.