Em evento nesta quarta-feira, 26, Vicente Aquino, conselheiro da Anatel, defendeu que os compromissos de abrangência do leilão 5G sejam antecipados. Na sua visão, algumas obrigações de atendimento com serviços de telecomunicações previstas para vencedoras da licitação ainda demorarão demasiado tempo, caso o cronograma atual seja seguido.

Algumas metas, por exemplo, estão previstas para serem alcançadas apenas em 2029. Uma dessas é levar 5G para 100% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes até o fim daquele ano. Outra é atender 2,3 mil trechos de rodovias federais com 4G até o final desta década. Já o objetivo de atender 6,8 mil localidades com 4G ficou para o fim de 2028.

“Precisamos reduzir para 2027, ou 2025. Esperar 2029 para nós chegarmos a cidades com menos de 30 mil habitantes, onde está grande parte das escolas do Brasil, vai demorar muito tempo. Em matéria de telecomunicação, de tecnologia da informação, de mundo digital, não tem tempo para esperar”, expôs Aquino.

Ele sugeriu a criação de modelagens políticas para incentivar as empresas responsáveis pelo cumprimento dos compromissos a anteciparem as metas, seja as operadoras ou os PPPs. A ideia é dar condições para isso, via Anatel, governo ou outros meios de fomento, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele também mencionou recursos que poderiam ser usados para isso, como o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel).

“Só assim nós vamos diminuir custo de conectar escola, UBS, porque as redes já estarão passadas por localidades onde nós teríamos que fazer”, argumentou. “Eu sei que isso é um desafio enorme, mas isso precisa ser discutido e debatido.”