A FAA (Federal Aviation Administration) firmou acordo com AT&T e Verizon para dar fim ao problema que não permitiu a instalação de antenas 5G perto de aeroportos norte-americanos, além do cancelamento de voos naquele país. Em acordo anunciado na tarde desta sexta-feira, 28, o órgão regulador da aviação civil explicou que aumentou a lista de mais aeronaves que poderão usar os aeroportos com segurança e sem riscos de interferência entre radioaltímetros e 5G, após colaboração técnica e trabalho com as empresas.

Com isso, a rede de quinta geração poderá ser ligada e mais de 90% da frota de aviões comerciais que operam nos EUA estará apta a voar, pois os instrumentos das aeronaves poderão coexistir com a rede celular na banda C (faixa de 3,7 GHZ). Entre esses aviões estão:

  •    Os Boeings 717, 737, 747, 757, 767, 777 e 787;
  •    Os aviões da série MD-10/-11 da McDonell Douglas;
  •    Os Airbuses A300, A310, A319, A220, A320, A321, A330, A340, A350 e A380;
  •    Os modelos da Embraer 120, 170 e 190, usados em voos regionais;
  •    OS CL-600 e série CRJ da Bombardier, usados em voos regionais;
  •    Os modelos DHC-8 turboprops (turbina de hélice) também da Bombardier;
  •    E os aviões da série ATR turboprops da Aérospatiale.

Depois dos tapas, os afagos

Em nota enviada à imprensa, a FAA disse que “aprecia a forte comunicação e colaboração” com as operadoras, que deram dados precisos sobre as localizações exatas de transmissores e apoiaram com a análise de como o 5G na banda C poderia interferir em instrumentos sensíveis para a aviação civil.

Com esses dados, o órgão regulador pode determinar se era possível aos aviões voarem com segurança e puderam precisar com mapas o tamanho das áreas nos arredores dos aeroportos que seriam impactadas pelo sinal 5G. Essas informações deram margem para diminuir as áreas que as operadoras fariam a redução de sinal e instalariam os filtros para diminuir a possibilidade de interferência.

Importante dizer que o comunicado surge após uma série de trocas de farpas entre operadoras e os reguladores da aviação norte-americana, ao chegar na data inicial de instalação do 5G na última semana e não ter uma resolução para o problema.

Como resultado, um dia antes de ligar a rede, AT&T e Verizon decidiram que não fariam as instalações perto do aeroporto e acusaram o FAA pelo imbróglio que começou em novembro. No dia seguinte, as companhias aéreas tiveram receio da interferência e algumas chegaram a cancelar voos, mesmo com o FAA garantindo que 62% da frota da aviação civil poderia voar nos EUA sem problemas.

Entenda

O uso da frequência de banda C é tema de disputa entre as operadoras e a indústria da aviação. Em teoria, o uso do 5G pode causar interferência nos radioaltímetros de aviões e helicópteros, que operam na faixa de 4,2 a 4,4 GHz. Contudo, as operadoras lembraram no documento que testes de coexistência foram feitos na França e na Noruega com êxito.

Afirmam ainda que o espectro de 3,7 GHz é usado comercialmente em uma dúzia de países, como Japão, Finlândia, Dinamarca e Espanha, sem interferência entre 5G e aeronaves. Outro ponto de defesa das operadoras é que os radioaltímetros coexistem com outras redes de alta potência de rádio, como dois radares da Marinha e sistemas de telemetria móvel para ar e terra.