Antena

Os especialistas de Claro, TIM, Qualcomm e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) endossaram durante o Painel Telebrasil 2021 nesta terça-feira, 28, o recente discurso do CEO da Ericsson, Björne Ekhorm, que o OpenRAN é uma tecnologia que não está madura para a quinta geração de rede móvel.

Atila Xavier, diretor de arquitetura, inovação e tecnologia da TIM, afirmou que é pouco provável ter OpenRAN para o ano que vem no 5G e ressalta que as operadoras não dependem do padrão de rede aberta para serem competitivos no 5G. Contudo, o executivo acredita que a tecnologia permite potencializar modelos inovadoras no 5G com o OpenRAN, como o uso de soluções Open Source.

“Isso traz modelos de negócios diferentes. Ou seja, OpenRAN não é um pré-requisito do 5G, mas pode potencializar pelas beiradas”, explicou Xavier, ao concordar com a concepção de Sarcnielli de iniciar em áreas como empresas e agrobusiness.

“Não acredito que o OpenRAN esteja maduro o suficiente para cumprir metas regulatórias em dois anos”, disse André Sarcinelli, CTO da Claro. “Acredito que estará maduro para enterprise, rurais e área com baixo volume de tráfego. Tem uma jornada longa para evoluir e que leva tempo para fazer qualidade. Provavelmente o OpenRAN será maduro no 6G. Mas para o 5G de amanhã, ainda está cedo”, completou.

Positivistas

Qualcomm; OpenRAN

Francisco Soares, vice-presidente da Qualcomm

Discordando em parte com os colegas de painel, Francisco Soares, vice-presidente de relações institucionais da Qualcomm, afirmou que o OpenRAN tem uma oportunidade de desenvolvimento a partir do 5G, embora concorde que o padrão aberto não é prerrogativa para as novas redes.

“É uma oportunidade para se pensar em fazer o 5G. Acho que estamos no momento certo para pensarmos nisso, não acho que seja prematuro. O modelo de negócios já poderia endereçar o OpenRAN”, disse Soares. “Não precisa ser de maneira massiva, mas ‘ilhas de oportunidades’. O próprio 5G não vai entrar de uma vez só, mas a tecnologia já estará disponível no ano que vem. Por que não pensar em disponibilizar o 5G com OpenRAN em ilhas (escolhidas)?”, questiona.

Por sua vez, Rubens Souza, tecnologista em C&T do MCTI, prevê que o OpenRAN pode começar a entrar no 5G a partir de julho de 2023: “Temos ações estruturantes para o Brasil todo. O desafio é convergir para que o País evolua o mais rapidamente dentro do OpenRAN. Quando mais rápido somar, mais rápido poderemos implementar para os clientes”, disse.