Elon Musk assumiu o controle do Twitter (Android, iOS) na última quinta-feira, 27. Ele tinha até esta sexta-feira, 28, para concluir a aquisição da plataforma, transação firmada em abril de 2022 por US$ 44 bilhões. Uma de suas primeiras medidas foi demitir executivos de alto escalão. O bilionário também retirou as ações da companhia da bolsa de valores de Nova York.

Parag Agrawal, até então CEO da plataforma, e Ned Segal, CFO, deixaram a sede da empresa em São Francisco. Vijaya Gadde, chefe de política legal, confiança e segurança, também foi demitido, informou o Washington Post. Gadde foi responsável pelo banimento do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da plataforma.

Na madrugada de quinta para sexta-feira, Musk tuitou “o pássaro está livre” (ou, no original, “the bird is freed”), em uma aparente referência à conclusão da aquisição. O bilionário, que se autointitula “absolutista da liberdade de expressão”, já expressou sua vontade em tornar a plataforma um espaço com menos restrições.

Planos futuros

Ainda não está claro quais são as mudanças que o CEO da Tesla e SpaceX planeja fazer na plataforma, mas ele já deu mais detalhes. “O Twitter vai formar um conselho de moderação de conteúdo com pontos de vista amplamente diversos. Nenhuma decisão importante de conteúdo ou restabelecimento de conta acontecerá antes que o conselho se reúna”, tuitou Musk, nesta sexta-feira.

Na quinta-feira, o bilionário postou um tuíte com um texto direcionado a anunciantes da plataforma, em que mostra seu desejo de tornar a rede social um espaço com menos restrições para o que os usuários podem falar. Ele já declarou que pretende restabelecer a conta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, banido desde janeiro de 2021 por incitar seus seguidores a invadirem o Capitólio.

“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter uma praça digital comum, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, afirmou. “Atualmente, existe um grande perigo de que as mídias sociais se fragmentem em câmaras de eco de extrema direita e extrema esquerda, que geram mais ódio e dividem nossa sociedade.”

Musk já falou em usar Twitter para criar o X, um superapp como o chinês WeChat, que começou como uma plataforma de mensageria, mas absorveu outras funcionalidades, desde pagamentos a compras e games. “Você basicamente vive no WeChat na China”, afirmou a funcionários do Twitter, em junho. “Se pudermos recriar isso com o Twitter, seremos um grande sucesso.”

Ele também já declarou que pode criar algum tipo de assinatura para conteúdos premium dentro do Twitter. Governos e corporações poderiam ser cobrados um “pequeno custo” para usar a plataforma. Possivelmente, também haverá demissão de funcionários, como uma forma de diminuir os custos e aumentar o lucro, apesar de Musk já ter dito que a aquisição não seria “uma forma de fazer dinheiro”, segundo o The Verge.

Negociações

Em abril de 2022, ele firmou um acordo para comprar o Twitter e transformá-la em uma empresa privada, sem ações na bolsa de valores. Pouco depois, revelou sua intenção de descontinuar a transação, em maio, alegando que a rede social não havia informado corretamente o número de contas falsas e de spam dentro da plataforma. 

Quando Musk declarou que iria cancelar a compra, o Twitter o processou, dizendo que o bilionário “se recusa a honrar suas obrigações com o Twitter e seus acionistas porque o acordo que ele assinou não atende mais a seus interesses pessoais”. O imbróglio se arrastou por alguns meses até que, em outubro, ele disse que mudou de ideia, desejando continuar a transação.