O CEO e cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg, confirmou que pretende lançar oficialmente o WhatsApp Payments este ano. De acordo com o executivo, a tecnologia será apresentada como funcionalidade aos usuários e o Brasil está entre os países que terão acesso à tecnologia.

“Nós estamos trabalhando com o WhatsApp Payments há algum tempo. Em 2018 começamos um teste com 1 milhão de pessoas. Agora estamos esperando lançar a tecnologia em diversos países nos próximos seis meses”, disse Zuckerberg. “Nós vamos focar em diversas localidades onde o WhatsApp é mais forte: países como Índia, México, Brasil e Indonésia”.

O CEO explicou que a solução estará incorporada dentro do ecossistema de pagamentos da empresa, o Facebook Pay, uma estrutura mais perto do formato tradicional de meios de pagamentos. Mas fez questão de explicar que a solução é diferente da Libra, que, por sua vez, terá uma operação independente da empresa e com outros parceiros.

Segundo a última edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre apps de mensageria, o WhatsApp está instalado em 98% dos smartphones brasileiros. E 98% dos seus usuários acessam o WhatsApp todo dia ou quase todo dia. Além disso, 56% dos usuários ativos mensais do WhatsApp no Brasil declaram ter interesse em usá-lo como meio de pagamento e 47% destes gostariam de criar uma conta bancária virtual do próprio WhatsApp, em vez de vincular um cartão de crédito ou a conta de outro banco ao app. Nas próximas semanas, Mobile Time e Opinion Box publicarão uma nova edição dessa pesquisa com números atualizados.

Integração

Durante conversa com analistas financeiros nesta quarta-feira, 29, Zuckerberg explicou que a companhia vem investindo bastante em infraestrutura e modelo de negócios para fazer a integração dos apps de mensageria. Questionado sobre quando terá uma integração definitiva, o CEO do Facebook explicou que, em teoria, os apps “já são integrados”, porém, isso acontece apenas no backend.

“Em termos de integração, estamos bem integrados hoje, mas isso acontece debaixo da superfície. Mas imaginamos que, nos próximos anos, isso chegará aos usuários. Nós queremos ver funcionalidades que dão certo no Instagram Direct serem incorporadas no WhatsApp e Facebook Messenger (e vice-versa)”, disse. “Por outro lado, construímos algumas estruturas técnicas que não são integradas, e agora precisamos fazer um trabalho dobrado para uni-las. Um exemplo são as ligações: tem uma para o Facebook Messenger e outra para o WhatsApp”, completou.

Evolução

Outro tema debatido na apresentação do relatório financeiro foi a evolução da plataforma de mensageria. O CEO disse que a sua empresa se prepara para sair de um formato de apenas troca de texto e adicionar mais funções de interação entre usuários e companhias. Para isso, o Facebook trabalha com frentes como interoperabilidade e criptografia em todos os seus apps. Contudo, Zuckerberg enfatizou que nem todas essas novidades serão lançadas neste ano.

Marca

Zuckerberg descartou a possibilidade de mudança de marcas. Ou seja, ele não pretende eliminar as logomarcas de Instagram e WhatsApp em favor das marcas do Facebook. Vale lembrar, a discussão em torno desta mudança ganhou força na web após a saída dos líderes de Instagram e WhatsApp da companhia nos últimos anos, além da adoção de “by Facebook” no nome dos dois apps.

Leis de dados

Outro ponto abordado foi um possível impacto nas receitas do Facebook com as leis de proteção de dados, como a europeia GDPR. O CFO do Facebook, David Wehner, acredita que as leis podem influenciar nos ganhos da empresa, uma vez que os produtos deverão ser adaptados. Questionado se trouxe impacto para a empresa, Wheeler disse que não, mas que espera que isso aconteça no futuro.