A Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) quer levar pagamentos recorrentes para três novos setores. Durante palestra no CMEP 2023 nesta quarta-feira, 29, Raul Moreira, conselheiro da associação e membro do conselho do banco Original, afirmou que o potencial para recorrência via cartões é de R$ 100 bilhões por ano.

O executivo explicou que a ideia é lançar até o final deste ano um padrão para que as empresas do meio ofereçam recorrência em educação, saúde e atividades imobiliárias – setores que até então não eram explorados. Ou seja, as novas regras vão permitir que empresas de pagamentos possam cobrar por serviços nesses três setores, de maneira similar ao que acontece com os serviços digitais (streaming, produtos, e-commerce).

Banco Original

Raul Moreira, membro do Conselho de Administração do Banco Original (Foto: divulgação/Abecs)

“Temos diferenciais competitivos, mas precisamos fazer mais para penetrar neste mercado. Será que o modelo de negócios que cobramos na ponta do comércio e a cobrança bancária (que é dominante) são viáveis? Provavelmente, não. Talvez as nossas ferramentas não estejam tão bem preparadas para produtos como a recorrência. Por isso estamos construindo essa agenda”, explicou.

Além do novo padrão para pagamentos recorrentes, a Abecs também pretende preparar uma nova diretiva com uma série de recomendações voltadas ao aprimoramento dos meios de pagamentos recorrentes. Entre as indicações da associação estarão: promoção e aprimoramento dos pagamentos recorrentes; cooperação da indústria de cartões para padronização das ferramentas de processamento (motores de recorrência) e da integração com outros agentes; ampliação dos modelos de incentivos das bandeiras para esse tipo de modalidade; e possibilidade de repensar os modelos de precificação.