A DL, distribuidora da Xiaomi no Brasil, detalhou a estratégia da marca para o País. Em conversa com Mobile Time, o líder da iniciativa e diretor de produtos, Luciano Barbosa, destrinchou a tática da parceria que começa pela a vinda de novos produtos, passando por uma maior consistência dos canais de venda, inclusive a abertura de uma relação com as operadoras, e culminando na fabricação de dispositivos.

De acordo com o executivo, a companhia trará mais três smartphones neste ano: Redmi 7A, Mi A3 e Mi 9T. Os três estão atualmente em processo de homologação junto à Anatel. Com isso, a Xiaomi/DL pretende chegar a 15 smartphones em seu portfólio para o mercado brasileiro.

Barbosa ressalta que essa estratégia com 15 smartphones é única, pois a maioria das concorrentes pode até chegar a esse número no portfólio, mas combinam modelos com um ou dois anos de mercado e modelos novos.

IoT

Desde o começo de sua operação no País, a distribuidora trouxe 170 produtos da Xiaomi para o Brasil, incluindo dispositivos conectados e acessórios do ecossistema. Em dispositivos conectados, a pulseira inteligente Mi Band 4 será a próxima a ser lançada no mercado nacional.

“O importante é mostrar para o segmento B2B que a Xiaomi não é apenas handset”, disse o executivo durante a abertura da Eletrolarshow em São Paulo, nesta segunda-feira, 29. “Por isso estamos aqui: queremos ficar mais próximos do mercado”.

Na conversa, Barbosa revelou dados recentes globais da Xiaomi. A companhia tem atualmente 177 milhões de acessórios conectados no mundo (o número não inclui smartphones) e 20 milhões de usuários diários ativos (DAUs) deles.

Canais

Em canais, os equipamentos da Xiaomi estão atualmente em quatro grandes varejistas nacionais: Magalu, Ricardo Eletro e Pernambucanas no varejo de rua e online, e com um marketplace na B2W. A loja online da Xiaomi é administrada pela Infracommerce, mesma empresa que administra o e-commerce da Motorola.

Além disso, a Xiaomi/DL possui uma loja no Shopping Ibirapuera administrada por um grupo de empresários cujos nomes não podem ser revelados. O diretor da DL frisou que há planos para lançar mais lojas físicas no Brasil. Contudo, explicou que a estratégia não é nacional, mas, sim, de cidade para cidade. Nesta ação, a DL analisa os pedidos de empresários para abrir lojas, vê sua viabilidade e desenvolve o plano de negócios. Pelo menos quatro empresários estão em conversas com a DL para abrir lojas.

Para Mobile Time, Barbosa disse que a loja online Mi.Com ainda não está em seu “potencial completo” no Brasil, mas que deve atingi-lo aos poucos. Os próximos passos do e-commerce da marca chinesa é vender dispositivos conectados a partir de agosto. Atualmente, o volume das vendas está concentrado no varejo dos parceiros e em sua loja física em São Paulo.

Operadoras

Se em maio o cenário era meio nebuloso para uma parceria entre Xiaomi e operadoras, agora o executivo da DL confirma que há conversas da distribuidora com duas operadoras para vender dispositivos em suas lojas e e-commerce. O executivo informa que serão apenas smartphones, em um primeiro momento.

Saúde financeira

Sobre a estrutura financeira do negócio, o líder da iniciativa entre Xiaomi e DL no País disse que a estratégia de lançamento “encaixou bem”. Embora tenha sido traçada em pouco mais de seis meses, e combinou handsets e dispositivos, ele revelou que mais da metade do volume de vendas vem do ecossistema de produtos conectados, o que demonstra uma carência dos brasileiros por equipamentos do gênero. Explicou ainda que o grande salto da Xiaomi no Brasil deve ocorrer antes da Black Friday e do Natal, ou seja, entre setembro e outubro.

Importação x fabricação

Barbosa disse que está observando os movimentos do governo brasileiro sobre a redução nas taxas de importação. Ele explicou que, embora seja um importador, há estudos internos para a DL fabricar dispositivos da Xiaomi no Brasil – no máximo dois handsets. Contudo, uma das chaves para o desenvolvimento dessa estratégia seria a manutenção do cenário atual, com incentivos à indústria de manufatura. Por outro lado, se o governo reduzir as taxas, eles seguirão como importadores.