A 99 (AndroidiOS) lançou recentemente um assistente de sua carteira dentro do WhatsApp. Feito em uma parceria entre Facebook, DiDi Labs, nos Estados Unidos, e o time de produtos da 99 no Brasil, a solução consiste em levar serviços da wallet para dentro app de mensageria: verificação de saldo, transferência e pagamento de boletos, além de lucratividade de 220% no CDI ao manter o dinheiro na carteira.

“É um canal de atendimento automatizado, você não precisa colocar o cartão de crédito ou débito. Só cadastra a sua conta”, explica Maurício Orsolini Filho, diretor da 99Pay.

O executivo explica que a atuação da 99 na jornada financeira de seus clientes e parceiros associados (motoristas) tem sido pautada em três pilares: gerar economia para o usuário, trazer acesso para classe C e D (sem taxa) e segurança.

“O WhatsApp é pautado muito no segundo pilar. Até a pesquisa de vocês diz isso: WhatsApp está presente em 99% dos celulares (dados Mobile Time/Opinion Box). Queremos incorporar e trazer mais acesso do público”, afirma o diretor da 99, em conversa recente com Mobile Time.

WhatsApp Pay

Orsolini Filho explicou que a companhia decidiu começar pelo assistente no lugar do WhatsApp Pay por algumas razões. Em sua visão, o arranjo de pagamento do mensageiro é mais “fechado” e limitado apenas às transferências P2P. Além disso, o usuário pode se sentir mais seguro, por não precisar de dados do cartão, mas tem que ter saldo (mínimo R$ 10) e conta aberta para usar o assistente.

“O modelo do assistente no WhatsApp é mais intuitivo. Queremos trazer pessoas que não são tão fluentes na tecnologia. Nós conseguimos colocar mais soluções. Na nossa opinião, o assistente é mais fácil e mais completo”, diz o diretor da carteira, que complementa com outro fator que dificulta o arranjo de pagamento do mensageiro: “O WhatsApp Pay é ótimo e vai crescer, mas tem o tempo de confiança”, conclui.

Expectativas e próximas etapas

O diretor da 99Pay afirmou que o objetivo principal é aumentar a base para coletar mais dados. Embora tenha metas internas de adoção do assistente no WhatsApp, Orsolini Filho não pode compartilhá-las, mas ressaltou que o alvo geral principal é que o “produto esteja bom” para o seu público.

“Se tiver bom podemos ter promoções. Qualquer pessoa que teste vai se sentir seguro usando. Ela tem mais funcionalidade dentro do WhatsApp, é fácil de usar, tem menos etapas e gera economia para o usuário. Isso está conectado com a estratégia de empresa de democratizar o serviço”, prevê. “Queremos estimular o usuário a deixar o dinheiro lá, inclusive com lucratividade de 220% no CDI; é uma bonificação em dinheiro, não é um investimento. A nossa solução tem criptografia e os processos de segurança interna da 99. Boleto, por exemplo, foi algo que os usuários pediram e que eles mais gostam de usar”, completa.

O gestor da carteira da 99 disse ainda que pretende colocar outros serviços dentro do assistente no mensageiro, entre eles o Pix. “De fato, o Pix é um divisor de águas. Entramos neste ano e me arrependo de não ter entrado antes. Inclusive estudamos colocar o Pix no assistente, mas depende de validação. Não queremos limitar o uso”, conclui.

Em relação ao modelo de negócios e o contrato firmado junto ao Facebook, Orsolini Filho pôde dizer apenas que o assistente da 99 está dentro do WhatsApp Business.