Teros

Juan Ferrés, fundador da Teros. Foto: divulgação

No open banking, fala-se muito sobre sobre a importância das APIs, mas de nada adianta conseguir acesso a uma montanha de dados de outras instituições se eles não forem devidamente armazenados, gerenciados e analisados. O alerta parte de Juan Ferrés, fundador da Teros, empresa que criou uma solução de gestão de dados para open banking que já está em testes com alguns clientes grandes para entrar em produção junto com a fase 2 do open banking, que começa em 15 de julho.

“As APIs são a parte fácil do open banking. A difícil é como gerenciar o consentimento e os dados coletados”, comenta o executivo, em conversa com Mobile Time. Ferrés lembra que é necessário atender também as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) durante todo o fluxo do dado. “A gestão do dado é uma só, mesmo que ele passe por quatro APIs. Promovemos uma gestão nativa do dado, dentro das APIs, não importa quantas sejam”, explica.

Na prática, cada instituição precisa armazenar os dados coletados de maneira organizada, sabendo exatamente o que pode fazer com cada um, de acordo com o consentimento concedido pelo usuário.

Além disso, é fundamental a análise automatizada dos dados, para gerar insights para diferentes áreas da empresa. A Teros também faz essa parte, aproveitando sua experiência de oito anos em análise de dados antes do open banking brasileiro. “Transformamos dados em valor”, resume Ferrés. A Teros entrega painéis de análise de dados segmentados por cada área da empresa: jurídica, de negócios, de TI etc. “Filtramos os dados de acordo com a necessidade de cada área. Vale lembrar que open banking não vai ser gerido somente por TI, mas vai atender a diversas áreas de uma empresa”, comenta.

Impacto

Ferrés entende que um primeiro impacto imediato do open banking será um acirramento da competição entre instituições financeiras e uma disputa entre consolidadores de finanças pessoais, ferramenta que será oferecida pela maioria dos bancos. Mas o executivo destaca que o open banking é apenas a ponta do iceberg de uma grande transformação na direção de uma estrutura de dados abertos que conectará diversos setores da economia e da sociedade. Depois do open banking virá o open finance, que, na sua concepção, consistirá na acessibilidade a dados financeiros por empresas de diferentes segmentos, como seguradoras, locadoras de imóveis, locadoras de veículos etc. Todas poderão analisar e aceitar clientes mais rapidamente, além de criarem novos produtos mais flexíveis e personalizados, de acordo com os dados coletados de cada cliente.