Um estudo da IDC com a Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes) prevê que o mercado de TICs no Brasil deve crescer 7,2% para US$ 96,5 bilhões em 2025, ante US$ 90 bilhões de 2024. De acordo com Jorge Sukarie, conselheiro da Abes e responsável pela pesquisa, serão três fatores que vão puxar o aumento:
- A tendência de transformação digital das empresas com a computação em nuvem como pilar principal;
- O avanço da inteligência artificial tradicional e generativa nas empresas, em especial com os agentes de IA;
- Um pequeno incremento nos investimentos de telecomunicações (2,9%), ao seguir a mesma tendência dos últimos anos, como o 5G.
Neste arcabouço de investimentos, o estudo aponta dez previsões de destaque para o TIC brasileiro até o final deste ano. São elas:
- Com a aposta em ambientes híbridos, os investimentos com nuvem pública devem chegar a US$ 3,5 bilhões no Brasil, um aumento de 20% ante US$ 2,92 bilhões de 2024;
- Os investimentos com infraestrutura corporativa (servidores e armazenamento) vão passar de US$ 1,1 bilhão, sendo que 32% desse total será direcionado para casos de IA;
- As soluções de segurança em hardware ou software somarão US$ 2,1 bilhões em 2025;
- 28% dos data centers no Brasil já estão se adequando para atender as demandas de IA generativa, o que deve impulsionar um aumento de 12% nos seus aportes;
- Os gastos com IA e IA generativa devem somar US$ 2,4 bilhões, 30% de incremento contra US$ 1,8 bilhão um ano antes;
- As soluções de ERP terão 30% dos gastos direcionados para nuvem e foco em SaaS, ao todo alcançarão US$ 5 bilhões, incremento de 11% ante US$ 4,5 bilhões de 2024;
- Os investimentos das operadoras em soluções como gerenciamento de rede, gestão da experiência dos usuários e APIs de rede devem somar US$ 1,1 bilhão;
- Soluções de satélite de baixa órbita (LEO) devem ter aumento de 40% das assinaturas neste ano;
- O mercado de PCs movimentará US$ 6,2 bilhões neste ano, aumento de 11% contra US$ 5,5 bilhões de 2024;
- O total de smartphones vendidos será de US$ 10,3 bilhões, uma queda de 7% ante US$ 11 bilhões de um ano antes.
IA na prática
Segundo Sukarie, o mercado de TIC tem visto a IA se destacar e despontar desde o ano passado, como uma “tendência estratégica para que as empresas possam conseguir fazer uma transformação do seu negócio e continuar sendo relevantes para os seus clientes”. Mas agora, as empresas começam a fazer uma segunda etapa que é a “adoção de soluções com agentes de IA que vão ajudar essas empresas a conseguirem esse objetivo”.
“Com as novas tecnologias, como a IA, nós sabemos o que elas vão demandar e que o Brasil está muito interessado em se envolver. Vemos o próprio governo preocupado em incentivar data centers, em incentivar investimentos em tecnologia da informação, em IA e a IA generativa. Vemos muitos movimentos empresariais também focados em desenvolver soluções com inteligência artificial”, disse o conselheiro.
“Sabemos que nós vamos ter uma grande transformação nos próximos 2 a 3 anos, algo muito maior do que a gente viu nas últimas décadas. Isso traz para o Brasil uma nova janela de oportunidades de se destacar no cenário internacional”, completou.
Desenvolvedores
O estudo revelou ainda um aumento de 37 mil para 42 mil empresas de TI entre 2023 e 2024, sendo que 12 mil (29%) são desenvolvedores de software, 14 mil são distribuidores (33%) e 15 mil de serviços (37%). Questionado se as recentes movimentações de Meta e OpenAI com mais soluções automatizadas diminuíram um pouco o segmento, como os desenvolvedores de chatbots, Sukarie disse que não.
Em sua visão, se o segmento de bots teve uma mudança, as empresas de bots migraram para outros segmentos, pois todas as áreas de empresas de TI cresceram em 2024, inclusive os desenvolvedores.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA