Sibelius no iPad (Reprodução: AVID)

Se tem um aplicativo que usei mais que o Word é o Sibelius (iOS). Este app de editoração musical (partitura e tablaturas, por exemplo) foi adquirido pela AVID há alguns anos e faz parte do rol de softwares de edição gráfica e de vídeo da companhia, como o Pro Tools de edição de áudio.

Quando era estudante de música e queria digitalizar parte dos meus estudos, o Sibelius fazia parte de um rol de aplicações que ajudavam a compor, escrever arranjos e transcrever trechos de métodos. O lado ruim é que não tinha venda oficial deste software no Brasil. Ou seja, eu pedia para algum amigo mais afortunado trazer do exterior ou adquiria no mercado cinza – nas famosas ‘barraquinhas de CDs’ dos anos 2000 que ficavam na Rua Santa Ifigênia ou Avenida Paulista.

O problema muitas vezes era explicar o que era o Sibelius para o camarada que estava mais acostumado a vender jogos e o Office pirata. O software foi nomeado em homenagem ao grande compositor clássico finlandês, Jean Sibelius, autor de ‘Finlândia’, ‘Tapiola’ e ‘Valsa Triste’.  Mas em uma das vezes que perguntei ao vendedor pirata sobre ouvi: “Sibelius? É aquele com duas loiras na capa”?

Vai lá saber o que o rapaz entendeu.

Resumo da ópera

Três compassos para contrabaixo que montei usando o pad de edição de partituras do Sibelius (reprodução: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O Sibelius ganhou recentemente uma versão mobile. Não sei se posso me considerar dinossauro deste software, mas acho que é a primeira vez que falo abertamente que prefiro a versão do PC ante o mobile. App é para atividades curtas, como:

–  Trabalhar uma partitura no PC, salvar na nuvem e fazer ou ajustes no celular;

– Ou começar uma obra, uma ideia simples, no celular e expandir esse trabalho no PC.

A usabilidade do Sibelius não é boa. Fiquei uns 20 minutos para escrever dois compassos, algo que faço em cinco minutos no computador. Embora o app tenha todas as ferramentas que têm na versão gratuita do computador, o uso dele no touch não é prático.

Isso acontece porque ele demora na resposta do touch e o ‘pad’ de criação de partituras é uma reprodução do PC que depende muito do mouse. Ou seja, a AVID diz que o Sibelius mobile é para iPhone e iPad. Mas, notoriamente, o app foi funciona melhor em iPads que suportam o Apple Pencil, uma vez que o acessório pode substituir o mouse.