Leandro Roosevelt, diretor de vendas da Hillstone Networks no Brasil

A Hillstone Networks, uma empresa mais conhecida por aplicações de segurança digital, está oferecendo soluções para as empresas acerca da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Por meio das ferramentas Deception Threat Detection, ABD Abnormal Behavior Detection e Advanced Threat Detection, a companhia busca espaço em um mercado que possui desde integradores até escritórios de advocacia.

Em conversa recente com Mobile Time, Leandro Roosevelt, diretor de vendas da Hillstone Networks no Brasil, explicou que as soluções da sua empresa ajudam a analisar e alertar sobre os pontos de entrada de dados, além de gerar relatórios para confirmar se uma companhia foi responsável, ou algum outro fornecedor, por brechas ou vazamento de informações.

“A Hillstone atua na fase zero. A solução verifica em modo de espelhamento de porta. Não ficamos plugados na rede do cliente. Ela gera alertas para a área de tecnologia quando existe alguma brecha na rede”, explicou o executivo. “O relatório, por sua vez, mostra os tipos de ataque, fonte, origem, tráfego e o fluxo dos dados. Esse documento é entregue ao DPO e ele define o que deve ser enviado à Autoridade Nacional de Dados”.

Roosevelt ressaltou que embora sejam uma empresa de tecnologias de firewall, as soluções de LGPD da Hillstone demandam 90% dos esforços de venda no Brasil.  A operação brasileira é a que mais vende as soluções de proteção de dados no mundo.

No modelo de negócios, a empresa possui o modelo de compra e venda tradicional, bem como o modelo de serviços de segurança gerenciados mensais (MSSP).

Mercado da Lei

Segundo o diretor de vendas, atualmente, existem 27 tecnologias de 85 fabricantes voltadas à LGPD. São soluções de criptografia, backup, anonimização de dados, gestão de identidade e controle de acesso, por exemplo. Neste cenário, o executivo frisou que nenhum fabricante do mundo “faz a LGPD sozinho”, o que aproxima os mercados do direito e da tecnologia.

“Os escritórios de advocacia estão fazendo parcerias com os integradores de tecnologia. Eles entram com a parte processual, e os integradores entram com as aplicações. Além disso, os escritórios também estão investindo em ter seus próprios DPOs”, revelou. “Por mais que tenhamos todas essas soluções, quem realmente deve ganhar mais dinheiro com a LGPD são os escritórios de advocacia por causa dos processos.”

LGPD na prática

Sem revelar as firmas com as quais fechou contratos, Roosevelt confirmou que recentemente rodou testes em um banco e em uma agência reguladora federal em Brasília. Em outra prospecção, a companhia de segurança conversa com uma operadora para criar pacotes de LGPD para clientes menores.

Contudo, o diretor da Hillstone vê muitas companhias pouco preparadas para a LGPD: “85% das empresas que conversei, de setores como saúde e governo, não estão preparadas para a LGPD. O setor financeiro está preparado, mas apenas para explicar a brecha. Governo é mais preocupante, pois pensa apenas para depois de 2020”.

Sobre o mercado de telecomunicação, explicou que “há muito legado” nessas empresas, como servidores esquecidos em regiões distantes, por exemplo. Esses servidores “podem ser porta de entrada para vazamentos e brechas”, em sua visão. Algo que só apareceria no mapeamento de dados da operadora.