O sucesso da implementação do 5G no Brasil demanda uma transformação nas empresas de telecomunicações, que precisam seguir um modelo flexível e adaptável para melhorar a experiência dos clientes com produtos e serviços de qualidade e ainda reduzir riscos e tempo de indisponibilidade causados por problemas técnicos ou naturais.

Dentre as principais tendências que impactam o setor, podemos destacar o OpenRAN ou em tradução livre Rede de Acesso via Rádio Aberta, que visa padronizar a rede de acesso das redes de telecomunicações e reduzir a dependência de padrões fechados de grandes fabricantes de equipamentos. Esse movimento pode acelerar a inovação, trazer novos concorrentes e, ao mesmo tempo, reduzir custos.

Outra tendência é o edge computing ou computação de borda, onde o processamento acontece em um local físico próximo do usuário e da fonte de dados reduzindo a latência e suportando aplicações que demandam processamento em tempo real. Dessa forma, prevê-se um aumento de infraestrutura descentralizada, mas automatizada para atingir o nível de excelência exigido pelos futuros serviços de 5G.

A terceira tendência que gostaria de destacar é a modernização dos sistemas de OSS (Sistemas de Suporte à Operação) e BSS (Sistemas de Suporte ao Negócio) que devem sair de uma arquitetura monolítica para uma arquitetura em microsserviços baseada em cloud, rodando em contêineres e com uma comunicação padronizada com outros sistemas e equipamentos, por meio de padrões abertos via API.

Desafio para padronizar todas essas operações

O que todas essas tendências apontam é um caminho para uma infraestrutura aberta, virtualizada ou conteinerizada, altamente automatizada para atender as demandas exigidas pelas redes 5G, tanto na parte de provisionamento de serviços como na parte de monitoração e self-healing.

Para isso, é necessário padronizar a infraestrutura, seja ela on-premises, em cloud privada ou pública, facilitando a portabilidade, escalabilidade, administração e trazendo flexibilidade para as empresas de telecomunicações, mas que também permita a utilização de diferentes fornecedores de funções virtualizadas ou conteinerizadas, que adotem padrões abertos de comunicação, sendo a principal delas o Open Digital Architecture do TM Forum.

Desse modo, as equipes das empresas poderão usufruir da mesma matriz de soluções, independente do local em que o workload será executado. Adicionalmente, através de IA e automações será possível facilitar e reduzir o custo de administração e planejamento. Tecnologias como AIOps e estratégias de closed loop control/automation e self-healing, possibilitam a tomada de decisão e remediação automatizadas, restabelecendo serviços e readequando o tamanho da infraestrutura em tempo real para que a experiência do cliente não seja afetada.

Enquanto que para os Sistemas Operacionais as soluções de código aberto são uma realidade, para a infraestrutura de virtualização/conteinerização, existe também uma tendência forte, principalmente com a adoção do OpenShift, que permite a utilização dos workloads tanto em ambientes locais como em nuvens públicas como AWS, Azure, entre outras sem modificações. O OpenShift também possui uma vasta lista de fabricantes certificados ou validados que suportam as funções de rede em sua infraestrutura de containers, como Nokia, Juniper, Fortinet, NEC, entre outros.

Em resumo, a infraestrutura das operadoras está ficando cada vez mais dinâmica e complexa, inclusive ficando mais próximo de um ambiente de TI, com máquinas padronizadas e uso de virtualizações/conteinerização e com um volume maior de serviços e produtos para o cliente final, sem falar na pressão por eficiência, redução de custo e ao mesmo tempo por qualidade. Dessa forma, toda a infraestrutura precisa ser cada vez mais automatizada e cobrir o deployment, o provisionamento de infraestrutura, a monitoração de problemas e oferecer a capacidade de self-healing.