A pandemia mundial do coronavírus foi a grande responsável por uma verdadeira revolução global nos meios digitais. A quarentena obrigou as pessoas a encontrarem novas formas de trabalho e estudos, sem sair de casa. Aplicativos deixaram de ser apenas uma curiosidade para virar parte da rotina diária de milhões de pessoas. E a impressão é que nada mais será como antes.

As empresas do mundo todo foram obrigadas a investir no trabalho remoto de seus colaboradores numa velocidade 40 vezes mais rápida do que imaginavam ser possível. Numa situação normal, levaria mais de um ano para que as corporações pudessem se adequar à nova realidade. Durante a pandemia, essa transição foi realizada, em média, em 11 dias, segundo dados da consultoria McKinsey.

A mudança abrupta de comportamento também foi vista no setor de ecommerce. Antes do coronavírus espalhar-se pelo mundo, o comércio online representava uma fatia de 4% a 5% do total de transações de crédito e débito no Brasil. Em 2020, o montante transacionado em cartões de crédito e débito já  ultrapassava R$ 1,5 trilhão sendo que, deste total, o volume das transações em cartões em dispositivos móveis e computadores já alcançava impressionantes 30% de participação.

Apesar do crescimento exponencial do comércio eletrônico nos últimos tempos, a tendência é de aumento para os próximos anos – que esperamos, com a pandemia já controlada e a população mundial imunizada. Essa tendência de elevação dos números parte do pressuposto de que há muitos setores no País ainda não totalmente explorados pelo ecommerce. Mesmo com a pandemia e o isolamento social, a maior parte da população continuou, por exemplo, frequentando os supermercados, ao invés das compras com seus dispositivos móveis. Ou seja, ainda há muito a fazer nessa área para atrair mais consumidores.

Existe, na verdade, uma relação cultural com a compra online que ainda não está totalmente disseminada no País. O brasileiro gosta de ir à loja, ver e tatear o produto, e sentir a experiência da compra imediata. Além disso, ainda há uma questão que precisa ser melhor equacionada pelos sites de vendas online: a segurança.

É claro que o crescimento do ecommerce em tão pouco tempo, e sem os devidos cuidados, conduziu a um aumento proporcional no número de fraudes e ataques cibernéticos. Em virtude do isolamento social e da proibição da abertura do comércio, muitos lojistas foram obrigados, por sobrevivência, a se aventurarem na Internet, expondo seus produtos de venda em sites e aplicativos.

Sem os conhecimentos necessários e infraestrutura de cibersegurança, muitos tornaram-se alvos fáceis de hackers mal-intencionados. Com o nível de sofisticação dos crimes, os fraudadores estão cada vez mais especializados e conseguem detectar, por meio da deep web, transações sem proteção, podendo assim trazer muitos prejuízos a essas empresas despreparadas e seus clientes.

As tentativas de fraude no Brasil giram em torno de 2% do total do volume transacional. No entanto, 1,5% desses problemas pode ser evitados com a implantação devida de sistemas e/ou produtos antifraude e prevenção junto às lojas virtuais. Portanto, as empresas que estão atuando no ecommerce ou pretendem entrar no mundo das vendas online devem necessariamente se atentar às questões de proteção.

O papel das empresas de pagamento – que capturam, processam junto às bandeiras de cartões e bancos emissores, e liquidam as transações de vendas para o estabelecimento comercial – é fundamental para dar segurança, confiabilidade e rapidez à compra. Portanto, na hora de escolher um parceiro para processar os meios de pagamentos, os lojistas precisam contratar uma empresa homologada e certificada junto ao Banco Central e às principais bandeiras de cartões. É necessário que busquem também referências e entendam se a empresa está de acordo com as políticas de segurança locais e globais. Muitas vezes, o menor custo pode trazer prejuízos irreversíveis.