Ilustração: Cecília Marins

O líder do grupo de experiência de monetizações na Meta, Pratiti Raychoudhury, confirmou que a companhia estuda a implementação de possíveis ferramentas pagas para usuários de Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp. Na última quarta-feira, 31, The Verge teve acesso a um documento interno que o executivo enviou para funcionários da empresa na última semana.

Em complemento ao documento, o vice-presidente de monetização da Meta, John Hegeman, disse ao site que “isto não está ligado ao lançamento de aplicações sem publicidade”, a principal fonte de receita da empresa que segue em queda. Em seu lugar, o executivo acredita que serão “novas experiências, ferramentas e produtos” que as pessoas estariam “dispostas a pagar”. Ou seja, seriam adicionais aos serviços oferecidos atualmente.

Hegeman não disse em quais ferramentas estão trabalhando, mas, informou que, em um horizonte de cinco anos, as ferramentas pagas podem fazer uma “diferença significante” aos negócios da Meta. Explicou ainda que observa os movimentos da indústria, e que podem aprender com empresas que fizeram isso.

Análise

Assim como Hegeman pontuou, a oferta de funcionalidades pagas parece ser um caminho natural das plataformas digitais para manter a lucratividade. Especialmente com o avanço de regulações mais duras (DMA e DSA na Europa) e de acesso a dados de usuários de sistemas operacionais móveis (iOS e Android), algo que trouxe redução de receitas recentemente para Alphabet, Meta, Snap e Twitter, por exemplo.

Entre os exemplo já existentes, Telegram e Snapchat lançaram versões pagas recentemente. TikTok começou a testar sistema de assinaturas de conteúdo de criadores, Twitter avançou com o SuperFollow, YouTube usa há algum tempo ferramentas como SuperChat e assinatura de canal, assim como a Twitch.

Nesta semana, a pesquisa do Panorama Mobile Time/Opinion Box de mensageria móvel revelou que 43% dos usuários brasileiros aceitariam pagar por uma versão premium do app de mensageria da Meta. Desses respondentes, 24% pagariam até R$ 5/mês; 12%, até R$ 10/mês; 5%, até R$ 20/mês; e 2%, até R$ 50/mês.

Vale dizer que a própria Meta tem funções pagas em suas plataformas. Como o recente sistema de assinatura de conteúdo de criadores no Instagram, e a API do WhatsApp Business para grandes empresas que deve chegar a pequenas e médias.