Novo Quest 3, da Meta (crédito: divulgação)

A IDC (International Data Corporation) revelou números sobre o mercado de headsets de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR), na nova edição do Worldwide Quarterly Augmented and Virtual Reality Headset Tracker, publicada na quinta-feira, 1º. As remessas mundiais de headsets AR/VR caíram 54,4%, no primeiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022.

As remessas diminuíram significativamente por conta da piora nas condições macroeconômicas e um desaquecimento do mercado, em contraste com as altas causadas pela pandemia. Os headsets de VR tiveram a maior parte do impacto negativo, pois representam 96,2% de todas as unidades enviadas.

Entre os cinco principais fabricantes, a Meta continuou liderando com 47,8% de participação do mercado, embora tenha perdido terreno para o PSVR 2, da Sony, que capturou 35,9% de participação durante o trimestre. A ByteDance, dona do TikTok, conseguiu aumentar a sua participação para 6,1% por meio do lançamento da Pico, empresa de VR que adquiriu em 2021. DPVR e HTC completaram o top 5, cada uma com menos de 2% de participação.

Por outro lado, os headsets de AR tiveram mais um trimestre de crescimento, com aumento de 12,6%, ano contra ano. O mercado foi impulsionado por modelos simplistas como Nreal, agora chamado Xreal, que atuam como monitores externos para outros dispositivos. Enquanto isso, headsets mais avançados, com recursos como localização e mapeamento simultâneos (SLAM) e manipulação de objetos 3D sofreram durante o trimestre, principalmente devido às dificuldades da Microsoft.

 

Gráfico mostra evolução do market share das cinco principais fabricantes e do crescimento do mercado (crédito: divulgação)

Apple

A IDC diz ser “um momento emocionante” para o mercado, pois novos participantes devem entrar e a próxima geração de headsets deve ser lançada nas próximas semanas e meses. Na última quinta-feira, a Meta apresentou o Quest 3, seu novo modelo. A expectativa do mercado agora está voltada à Apple, pois há rumores de que a empresa deve introduzir seu primeiro headset em seu evento anual, WWDC, que começa na próxima segunda-feira, 5.

De acordo com a consultoria, a base instalada de produtos e serviços da Apple ajudará a diferenciar o seu produto dos dispositivos de outros fornecedores do mercado. Ainda assim, os ganhos da big tech devem ser limitados no curto prazo, devido ao alto preço que o dispositivo deve ter e outros fatores que provavelmente impedirão uma adesão em massa.

A IDC lembra que o mercado de headsets de VR e AR ainda está em estágio crítico de desenvolvimento. Embora esses dispositivos atraiam um público seleto, eles evoluirão e, eventualmente, serão destaque entre os usuários, segundo a consultoria. Recursos como rastreamento ocular e sensores ambientais, e o potencial de experiências e softwares baseados em IA – todos ainda estágios iniciais – acabarão se tornando mais onipresentes, estimulando novos casos de uso. “2025 fará com que os headsets de hoje pareçam pitorescos”, apontou um dos analistas.