A quinta-feira, 3, começou turbulenta para a holding de Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger. Por volta das 15h, as ações da Meta caíam cerca de 26%, uma “queda épica”, segundo o site Bloomberg, e, de certa forma, algo que Wall Street e O Vale do Silício nunca viram. Já a Reuters estima que possa ser “a pior perda de valor de mercado em um único dia para uma empresa dos EUA”. Ainda de acordo com Bloomberg, a queda das ações deve eliminar mais de US$ 200 bilhões do valor de mercado da Meta.

Na própria quarta-feira, 2, quando o CEO Mark Zuckerberg e seu time de executivos anunciaram em seus resultados financeiros uma leve queda no número de usuários ativos diários (DAUs, na sigla em inglês – de 1,93 bilhão (3T21) para 1,929 bilhão (4T21), suas ações despencaram 20%.

Durante sua fala, o CEO da Meta atribuiu os números – lucro de USS 39 bilhões e receita de US$ 118 bilhões, incremento de 37% contra US$ 86 bilhões de 2020 – à Apple e seu sistema de privacidade para publicidade no seu sistema operacional mais recente. Segundo os cálculos da empresa, a holding teria uma redução em vendas de US$ 10 bilhões. Mas também atribuiu à concorrência que está enfrentando. Mais especificamente com o TikTok e seus vídeos curtos virais.

Zuckerberg disse que o rival do Meta para o TikTok, o Reels, está crescendo rapidamente, mas a monetização tem sido lenta. Ele pediu paciência aos investidores enquanto o produto ganha tração.

“Com o tempo, achamos que há potencial para um enorme crescimento geral do engajamento com Reels”, disse ele na call. “Achamos que é definitivamente a coisa certa a se apoiar e se esforçar ao máximo para crescer o Reels o mais rápido possível e não pisar no freio.”

Análise

A queda das ações da Meta chega em um momento delicado. Há uma série de batalhas regulatórias nos Estados Unidos e na Europa, além de a holding impor uma mudança estratégica dispendiosa que é o Metaverso.

Ao longo de praticamente uma década, o Facebook cresceu e parecia que seria o dono da rua por muitos e muitos anos. Mas as gerações mais jovens não têm paciência para o seu modelo de rede social. E eles são os futuros consumidores. De publicidade, inclusive. Aparentemente, os jovens estão preferindo plataformas como YouTube e TikTok.