André Andrade, CEO do Zumpy e equipe

Os aplicativos de transporte individual estão consolidados no mercado nacional. De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre comércio móvel no Brasil, a proporção de brasileiros que já chamaram uma corrida através de app em seu smartphone subiu de 66% para 75% em um ano. A quantidade de empresas que oferece esse tipo de serviço também cresce, algumas delas segmentadas, voltadas para o público feminino, principalmente. Será que mais alguém consegue competir nesse mercado? Para André Andrade e os demais sócios do Zumpy (Android, iOS), é possível, sim, chegar nesse mercado e reinventá-lo, apesar de alguns percalços no caminho.

Andrade é CEO do Zumpy, aplicativo de viagens em carros criado em Belo Horizonte em 2015. À época, Zumpy era um app de carona, semelhante ao Waze Carpool. Mas, segundo o CEO, a carona não faz parte da cultura do brasileiro e, apesar de parcerias importantes no mercado em BH e em Brasília – onde o aplicativo ainda é a plataforma de carona solidária do Ministério da Cultura, Ministério do Meio Ambiente, Procuradoria Geral da República e do Tribunal de Contas da União – o negócio não escalou como previsto. Assim, em janeiro deste ano, o Zumpy iniciou sua transformação e foi lançado oficialmente no final de agosto.

Como funciona

O aplicativo de transporte funciona para quem tem uma rotina semanal, com o ir e vir do trabalho nos mesmos horários. O mesmo motorista chega no mesmo horário para pegar o passageiro. Dentro do carro, até três pessoas podem compartilhar a viagem. O Zumpy faz o “match” entre os usuários contanto que tenham trajetos semelhantes. Os desvios são aceitáveis, porém, mínimos. E o valor das corridas são sempre iguais.

“A carona não acontece com o potencial que gostaríamos que acontecesse porque as pessoas têm preconceito com esse modal. O motorista não quer assumir o compromisso ou fazer desvios com o carro, e o carona fica inseguro e opta por outra possibilidade de transporte. O novo modelo de transporte do Zumpy dá aos usuários a garantia de saída e de chegada ao local de trabalho e de que o valor será sempre o mesmo”, explicou Andrade.

Quando o usuário se cadastra, além do cartão de crédito, ele insere os endereços de partida e de chegada e qual o horário que gostaria de chegar no destino. A partir dessas informações, o Zumpy faz a combinação entre mais duas pessoas e o motorista. Em seguida, o app mostra o valor que será cobrado por corrida. Ele será fixo e individual para todos os dias da semana. “É uma segurança, você consegue ter previsão do quanto gasta de transporte.” Além disso, mulheres podem escolher ir acompanhada apenas de mulheres.

O usuário também pode optar por usar o aplicativo quatro ou cinco vezes na semana e pode interromper seu uso uma vez por semana, avisando com 24 horas de antecedência.

Números e modelo de negócio

Em janeiro, quando Andrade decidiu mudar o modelo de negócios do aplicativo, o novo sistema do Zumpy foi testado em empresas de Belo Horizonte, mas com outro nome. “Quando tivemos certeza de que o modelo estava ok, voltamos com o nome Zumpy. Mas isso só aconteceu no fim de agosto”, disse o CEO.

Segundo Andrade, uma corrida com o Zumpy custa, em média, 50% a menos do que uma na Uber X.

Atualmente funcionando na região metropolitana de Belo Horizonte, o Zumpy conta com 1,5 mil usuários cadastrados e 300 motoristas. De acordo com Andrade, as expansões serão feitas aos poucos e a próxima cidade deverá ser Brasília, pelas parcerias que a startup tem no distrito federal.

Para o motorista

O Zumpy fica com um percentual das viagens que varia de acordo com o número de passageiros no carro: é cobrado 10% com duas pessoas e 20% quando tem três pessoas no veículo, por viagem.

O motorista, de acordo com o CEO, “tem a segurança de que fará aquela corrida de segunda a sexta, ou seja, tem previsibilidade de ganho. E, se a viagem for comparada com uma feita como Uber X, ele recebe 30% a mais se levar duas pessoas, e 80% a mais, se fizer com três passageiros”.