Ilustração: Cecília Marins/Mobile Time

A Check Point prevê que 2023 manterá o ritmo de expansão de ciberataques globais. No terceiro trimestre de 2022, a companhia contabilizou um aumento de 28% em ataques cibernéticos no mundo e 37% no Brasil: “Isso é um problema que acontece agora e apenas vai subir. No terceiro trimestre deste ano, vimos que as organizações brasileiras foram atacadas 1.484 vezes em média por semana. É muito mais alta que a global”, disse Geoffrey Waters, presidente de vendas da Check Point nas Américas, durante encontro com a imprensa nesta quarta-feira, 7.

De acordo com Ray Jimenez, vice-presidente de vendas da companhia na América Latina e sul dos Estados Unidos, esses ataques são puxados por ransomware e hacktivismo. Ou seja, os cibercriminosos ligados e atacando em busca de ganhos financeiros ou defesa de bandeiras e causas.

Neste cenário, Jimenez acredita que os cibercriminosos devem continuar usando as mesmas ferramentas exploradas atualmente , como o phishing via e-mail para entrar na base de organizações, por exemplo. Mas também devem usar formas de ataque mirando os usuários que trabalham em regime híbrido e utilizam plataformas de comunicação e colaboração, como Teams, Slack, One Drive e Google Drive.

Mão de obra e regulação

Outro tema que deve permear 2023, e está em debate nos últimos anos, é a escassez de profissionais especializados em segurança. Segundo Fernando de Falchi, gerente de engenharia de segurança da Check Point no Brasil, esse problema só vai piorar nos próximos anos.

“Quando vamos contratar alguém, as empresas do mundo todo vêm para cá e contratam esse profissional também. Tem muita gente que trabalha do Brasil para empresas do outro lado do mundo. Mas isso não é um problema regionalizado, é global”, disse Falchi.

A companhia de cibersegurança também espera um avanço do debate regulatório neste segmento com foco em proteção na privacidade e dados do cidadão. No caso do Brasil, a expectativa é em ações além da LGPD, como o guia que a Secretaria de Governo Digital do Ministério da Economia lançou no mês passado.