O Banco do Brasil foi pioneiro no País ao lançar no começo do ano o primeiro cartão virtual no smartphone com pagamento por aproximação usando a tecnologia NFC (Near Field Communications), presente em vários celulares Android e também em mais de 1 milhão de máquinas de POS no Brasil. Porém, a adoção do serviço não deslanchou. Entre março e outubro foram feitas apenas 11 mil transações por NFC com o cartão virtual do banco, chamado Ourocard-e. Agora, o serviço está sendo reformulado. O app do Ourocard-e, originalmente lançado para Android em março passado, já foi inclusive retirado da Google Play. A nova versão será disponibilizada para testes a um grupo de correntistas ainda este ano e o relançamento para toda a base deve acontecer em janeiro.

O que o aplicativo do Ourocard-e faz é gerar um cartão virtual com um número novo temporário associado ao cartão de plástico do consumidor. Isso acontece usando um sistema de tokenização desenvolvido internamente pelo próprio Banco do Brasil. Na prática, o usuário passa a poder pagar aproximando  seu smartphone da máquina de POS, sem precisar levar consigo o cartão de plástico. Vale tanto para crédito quanto para débito. Além disso, pagamentos de até R$ 50 dispensam a digitação da senha na máquina de POS, o que acelera a transação (mas é necessário ter digitado a senha no app do cartão virtual dentro do smartphone).

Nessa primeira versão do Ourocard-e com NFC, o Banco do Brasil identificou que a usabilidade pode ser melhorada e os processos, simplificados. Outro problema que prejudicou a adoção foi a falta de conhecimento do público sobre a tecnologia de pagamento por aproximação. Falta informação tanto por parte dos consumidores quanto por parte dos lojistas – conforme alertou este noticiário em dois artigos publicados no primeiro semestre. Com o relançamento, o Banco do Brasil pretende divulgar melhor a solução.

Vantagens

O lançamento de um cartão virtual por NFC traz obviamente um ganho de imagem para o Banco do Brasil, por conta do pioneirismo tecnológico, além de representar uma conveniência para o seu cliente. Mas por trás desse serviço há também a intenção de acelerar a substituição do dinheiro em espécie por moeda eletrônica, especialmente em pagamentos de baixos valores, conforme explica o diretor de negócios digitais do Banco do Brasil, Marco Mastroeni: "O papel moeda representa hoje um grande custo para os bancos. Toda vez que alguém faz um saque da sua conta e transforma em dinheiro em papel, esse fluxo tem um custo, pois requer transporte, armazenamento etc. Para o lojista também é caro e arriscado usar dinheiro em espécie, mas muitos não percebem isso."

Serviços internacionais

O Banco do Brasil confirma que está conversando com representantes de serviços internacionais de pagamento por aproximação que pretendem aportar no Brasil. Mas não há nada fechado com nenhum deles por enquanto.