Após se reunir com os presidentes das principais operadoras de teles do Brasil, o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou que “o que mais nos atrapalha (para a consolidação do leilão 5G) são declarações ou notícias plantadas na imprensa que tem o intuito de atrapalhar o País”. “Há muitas matérias especulativas, muita gente falando sobre o tema, muitas notícias inverídicas”, afirmou o ministro na tarde desta terça-feira, 8, numa rápida entrevista coletiva convocada de surpresa. Na reunião, que aconteceu momentos antes, estavam presentes os presidentes da Tim, Pietro Labriola; da Oi, Rodrigo Abreu; da Vivo, Christian Gebara; da Claro, José Félix; da Algar, Jean Borges; e da Conexis, Marcos Ferrari. Segundo Faria, por conta da relevância do 5G para o Brasil, ficou decidido que o assunto será tratado apenas por ele e pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.

O ministro reiterou esta afirmação sobretudo ao ser perguntado sobre as declarações do vice-presidente Hamilton Mourão, que afirmou, em uma palestra na Associação Comercial de São Paulo, na segunda-feira, dia 8, que “o Brasil pagará mais caro caso a empresa chinesa Huawei não forneça equipamentos na transição para a tecnologia 5G.” O general da reserva ressaltou que hoje 40% da infraestrutura do País em 3G e 4G é de tecnologia da empresa chinesa. Após esta declaração de Mourão, a Folha de S.Paulo publicou na terça-feira, dia 8, que a ala ideológica do governo estaria preparando um decreto contra a participação da Huawei no leilão 5G e, com isso, a empresa chinesa iria ao Supremo Tribunal Federal. Caso isso aconteça, o leilão, marcado para junho de 2021, seria adiado.

“O vice-presidente tem as prerrogativas de falar sobre qualquer assunto que quiser. Até hoje eu nunca recebi um convite para conversar com o vice-presidente sobre este tema, que será tratado entre mim e o presidente da República”, disse. E completou: “Até porque o vice-presidente Mourão está aí com o Conselho da Amazônia que demanda muita atenção e trabalho. Acho que ele não terá tempo de tratar do 5G, que está sendo bem tratado aqui no ministério.”

As operadoras de telecomunicações também se posicionaram contra uma eventual restrição de fornecedores 5G pelo governo brasileiro, em um comunicado recente oficial, via Conexis Brasil Digital, sindicato patronal do setor de telecom.