O CEO da Allied, Silvio Stagni, afirmou que 60% da receita da companhia com smartphones provêm de modelos 5G. Em resposta ao Mobile Time para complementar dados do Allied Day, evento para analistas de mercado organizado na última quarta-feira, 6, o executivo acredita que os handsets de quinta geração terão mais peso no varejo no próximo ano.

Para Stagni, o mercado de celulares “será fomentado pela presença da tecnologia 5G em produtos de preços cada vez menores para os consumidores”. Vale lembrar, a Allied é um dos principais players de distribuição de dispositivos eletrônicos do Brasil, com 8% de market share apenas em celulares.

Com o mercado de eletrônicos sofrendo com o momento macroeconômico e de reajustes pós-pandemia no Brasil, Stagni disse na quarta-feira que as categorias de eletrônicos (PCs, TVs, impressoras, celulares) caíram de 10% a 15% em 2023. Em smartphones, a IDC revelou queda de 22% apenas no segundo trimestre de 2023 comparado com o ano anterior.

Para compensar a queda em eletrônicos, a Allied aposta em novas frentes de negócios como venda de recondicionados, dispositivos B2B e internacionalização.

Mas para 2024 Stagni acredita em uma retomada do consumo por dois fatores que não estão ligados diretamente ao 5G: “Acreditamos que os principais drivers de crescimento da venda de celulares em 2024 serão: a renovação de celulares comprados em 2020/2021 e o aumento da renda disponível (aumento de massa salarial e redução dos juros)”, escreveu.

LG e mercado cinza

O CEO também respondeu sobre os impactos três anos após a saída da LG do mercado global de celulares. Em sua visão, o fim da operação móvel da sul-coreana “resultou no aumento de market share de Samsung e Motorola, que são fabricantes que possuem linhas que competiam diretamente com a LG”.

Stagni também falou do impacto do mercado cinza de smartphones, um segmento que vendeu 900 mil equipamentos no segundo trimestre de 2023, alta de 4% ante o mesmo período em 2022. O executivo afirmou que o grey market “continua sendo um desafio no Brasil”, mas compreende que os “órgãos regulatórios e fiscalizadores, em parceria com os fabricantes e as operadoras” estão “fechando o cerco” contra essa prática danosa.