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Durga Malladi, vice-presidente sênior e gerente geral de 5G da Qualcomm, em conversa por vídeo nesta terça-feira, 9

O avanço da quinta geração das redes celulares enfrenta um novo campo de batalha: a busca por espectro. De acordo com Durga Malladi, vice-presidente sênior e gerente geral de 5G da Qualcomm, as operadoras do mundo todo estão procurando por alternativas de frequência para incrementar suas redes e coberturas.

“Em 2021, nós vimos um avanço gradual nas frequências de ondas milimétricas (mmW) em testes e alguns leilões ao redor do mundo. Começou a ter muito em mmW na China. É importante lembrar que China, Austrália, Europa, Coreia do Sul e Japão começaram o 5G nas frequências abaixo de 6 GHz (sub 6 GHz), enquanto os EUA começaram em mmW. Mas, agora, todo mundo está olhando para o espectro disponível”, explicou o executivo.

Neste cenário, Malladi vê cinco dos seis países que começaram o 5G em 2019 indo para mmW, enquanto os EUA começam a implantação do 5G no sub 6GHz neste ano. Ao mesmo tempo, os novos emergentes de América Latina, Sudeste Asiático, Oriente Médio e Índia começam a ofertar espectro na quinta geração.

Tecnologias

Outro tema debatido na conversa desta terça-feira, 9, Malladi afirmou que os padrões de uso globalmente devem caminhar para três camadas: FDD (com ou sem DSS), TDD e ondas milimétricas no topo. Lembra que isso é uma evolução, uma vez que o 5G começou em 2019 com o non standalone (NSA) TDD, depois avançou para 2020 com o DSS – que deu cobertura nacional ao 5G – e agora em 2021 caminha para o uso mais amplo do mmW com tecnologia standalone (SA).

“Agora, os padrões do 5G permitem uma conexão superior, pois você (operadora) pode usar camadas FDD e DSS como cobertura nacional e adicionar TDD em sub 6GHz. Enquanto isso consegue implementar a cobertura mmW em áreas de forte densidade urbanas e suburbanas”, explicou o estrategista da fornecedora.

Ainda assim, o VP da Qualcomm ressaltou que é preponderante para as operadoras usar o FDD, seja puro ou com DSS, uma vez que a migração do padrão NSA para o SA vem baseando-se ao redor do planeta em FDD. Além disso, FDD, DSS e mmW devem coexistir.

Avanços

Malladi vê com bons olhos a combinação da velocidade de 10 Gbps no 5G com padrões FDD, TDD e ondas milimétricas, obtidos por meio do Release 16 do 3GPP. Afirmou que antes essa possibilidade de combinar os três padrões não existia e que isso mostra a grande possibilidade das novas redes celulares, atrelado aos novos produtos e aplicações. “Esse é o verdadeiro “game changer” do 5G, não é um único fator, mas uma combinação deles”, disse o VP, em alusão à entrevista dada ao Mobile Time em 2020.

Sobre o “cavalo de batalha” para operadoras e fabricantes de dispositivos apresentarem o 5G, o executivo deu como exemplo um novo modelo de negócios para operadoras, ao oferecer o plano de Internet móvel e Internet Fixa como um só, uma vez que a velocidade de 10 Gbps será a mesma com a oferta de FWA e modems como o Snapdragon X65 em dispositivos móveis. Aos fabricantes de terminais, a vantagem será o aumento da média de taxa de dados, algo que será importante para aplicações existentes e para aplicações e produtos que chegarão ao mercado, como os óculos de Extend Reality (XR) e Realidade Aumentada (AR).