Entre 2016 e 2021, o faturamento mundial das operadoras móveis deve ficar praticamente estagnado, girando em torno de US$ 1,5 trilhão. No mesmo intervalo de cinco anos, por outro lado, a receita do ecossistema de apps vai quase quintuplicar, passando de US$ 1,3 trilhão para US$ 6,4 trilhões (veja quadro abaixo). Ou seja, em 2021, o ecossistema de apps terá faturamento mais de quatro vezes maior que aquele das operadoras celulares no mundo. O alerta foi feito pelo CEO da Syntonic, Gary Greenbaum, durante sua participação no seminário Tela Viva Móvel, nesta semana, em São Paulo.

“Enquanto a receita está estagnada, as operadoras investem uma fortuna em suas redes”, comentou. Na opinião do executivo, quem mais extraiu valor da implementação das redes 4G não foram as operadoras, mas o ecossistema de apps, dominado por empresas de entretenimento digital, games, m-commerce e mobile advertising.

“A receita com mobile advertising está nas mãos do Google e do Facebook. Em conteúdo, quem domina é o Netflix. Em comércio móvel, a Amazon. As teles estão atrasadas nesse jogo”, acrescentou.

Mas Greenbaum entende que a batalha não está perdida. As operadoras têm em suas mãos o controle da rede de tráfego dados e de uma plataforma de billing que alcança bilhões de pessoas que não possuem cartão de crédito para fazer compras nas lojas de aplicativos. A proposta de valor da Syntonic está justamente em construir uma ponte entre as operadoras e aplicativos móveis de alto valor agregado, através de uma plataforma que combina direct carrier billing e navegação patrocinada.

“Temos uma plataforma que permite que as teles participem desse ecossistema, desde a aquisição, passando pela monetização, até a retenção do usuário”, afirmou. A parte de direct carrier biling dessa plataforma foi desenvolvida pela brasileira Zenvia e adquirida pela Syntonic no ano passado. Agora, essa tecnologia nacional está sendo exportada. A operadora vietnamita Mobifone é uma das primeiras a adotá-la para uma oferta de acesso ilimitado a pacotes de apps.