Oferecer a seus clientes novos serviços digitais, antigamente chamados de serviços de valor adicionado (SVA), é uma estratégia-chave para as operadoras móveis. Durante a pandemia do novo coronavírus, com as pessoas mais em casa, alguns segmentos se destacaram: entretenimento, educação e saúde. Assim disseram executivos das principais operadoras – Oi, Claro, Vivo e TIM – que participaram do painel “As novas alianças das operadoras em conteúdo e serviços digitais”, do Tela Viva Móvel 2020, evento virtual organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 11, e cuja programação segue na quarta, 12.

O diretor de inovação e serviços digitais da Vivo, Rodrigo Gruner, acredita que as operadoras podem ser um canal de referência para seus clientes encontrarem os serviços digitais relevantes e caros a eles. “Não queremos concorrer com Google ou Apple, mas tem um espaço para as operadoras e estamos focando nisso. Temos claro de que precisamos ter as marcas mais relevantes em serviços digitais”, resumiu. Gruner dá como exemplo os planos Vivo Selfie, que contam com parcerias com Netflix, Spotify, Rappi e Premiere (Globo), empresas e produtos considerados estratégicos.

Gruner aponta que os planos Selfie têm como principal ponto de mudança transformar a experiência do cliente na contratação e gestão dos serviços digitais. “Porque esse é o maior gap nas operadoras. Para termos sucesso, precisamos oferecer uma experiência de fato digital, intuitiva, sem fricção e natural”, recomenda

Para o diretor de inovação e serviços digitais da Claro, Fábio Maeda, além do segmento de entretenimento, as verticais de educação e de leitura também se destacaram durante a pandemia. Para a primeira, a operadora firmou uma parceria com a plataforma Descomplica, voltada para quem vai fazer vestibular ou Enem. Com o aplicativo de ensino, o cliente Claro navega no app sem descontar de sua franquia de dados.

Outro pilar que cresceu durante a crise foi o de saúde e bem-estar. Maeda lembra da parceria que a operadora tem com o Missão Covid, plataforma que conecta médicos voluntários com pacientes com sintomas do novo coronavírus. “As pessoas estão com falta de conectividade e nem todos têm pacote de dados, por isso o zero rating é importante. E, no caso da área de saúde, as pessoas não vão fazer consultas presenciais como antes”, resumiu. O executivo também apontou a leitura em dispositivos móveis como um fator que cresceu bastante nesse período. “As pessoas começaram a ler mais. Incorporamos no Claro Bancas conteúdo a Editora Abril e o Estadão. Com isso, o app ganhou mais relevância”.

Outra que identificou uma relevância maior em serivços de leitura foi a TIM, que também fez recentemente parceria com a plataforma Skeelo (e-books). “Um pilar importante é o da leitura associada à educação. A chegada do Skeelo foi uma grata surpresa. Tivemos um feedback positivo. Outro segmento relevante para o momento de pandemia é o de produtividade. As pessoas estão buscando ferramentas de produtividade”.

O executivo também comentou sobre a relevância dos serviços financeiros. “Fechamos parceria com o C6 Bank e tem tido um retorno positivo“, disse o executivo. “As pessoas precisam se digitalizar e vamos explorar de perto nossa parceria”, completou.

No caso da Oi, a operadora apresenta a seus clientes o Oi Play, um agregador de conteúdo que está atrelado a alguns planos da empresa. Mas, quem não possui o Oi Play pode adquirir à là carte por pagamento no cartão de crédito. Sobre uma possível saída do produto para que não clientes da empresa possam comprá-lo, o gerente de conteúdo e serviços da Oi, Leonardo Hazan, explicou que é uma possibilidade: “Estamos planejando e negociando sair. Vamos ver”.

Tela Viva Móvel

A programação do Tela Viva Móvel continua nesta quarta-feira, 12, com painéis sobre inovação móvel em grandes marcas (Coca-Cola, GM, Credicard e MRV) e em startups (ChatClass, Turbi Nutrebem, Popsy e Pier). Confira a agenda e mais informações sobre venda de ingressos no site do evento: www.telavivamovel.com.br.