V2COM

Guilherme Spina, CEO do V2COM WEG Group (Crédito: Marcelo Kahn/Mobile Time)

O que é melhor para uma empresa: adotar uma rede 5G privativa própria ou uma rede dedicada gerida por uma operadora tradicional em sua rede pública? A V2Com, empresa do grupo WEG, vem testando os dois modelos e ainda não chegou a uma conclusão, disse seu CEO, Guilherme Spina, durante apresentação no MPN Forum, nesta terça-feira, 12, em São Paulo. Seus testes com os dois modelos em Jaraguá do Sul/SC ajudaram na análise e comprovação do release 15 para utilização na indústria, mas estão longe de serem conclusivos em termos de negócios.

“Se as incumbentes Claro, Vivo e TIM, assim como as novas entrantes que compraram frequências de 5G forem agressivas e entenderem o cliente, o modelo de rede operada pode dar certo. Agora, se o modelo continuar com estrutura dura e o ecossistema de rede privativa amadurecer aberto, pode dar certo o modelo privado. O jogo está totalmente aberto”, completou.

Outro desafio estaria no modo como as operadoras tarifam, que precisa ser menos engessado que aquele praticado hoje em dia, opina. “Se tiver competição e os novos entrantes puderem trabalhar novos modelos de negócios, seja por latência ou dispositivo conectado, por exemplo, enfim, se oferecerem outro modelo de tarifação, pode ser interessante”, disse. “Mas, no final das contas, a questão por trás do modelo de negócios é: quanto custa a infraestrutura, qual o custo do capital da infraestrutura e quanto você consegue monetizar. Não tem muita margem. A variável para a equação é a redução do custo da infraestrutura, algo que vem com escala e com a possibilidade do unbundling (desagregação) do OpenRAN. Você não precisa mais ter tudo do mesmo fornecedor”, completou.

Vale lembrar, a V2COM fez dois testes no 5G para indústria: uma rede privada com core da Nokia e outra rede pública com a Claro e Ericsson. As redes foram usadas para conectar dispositivos de IIoT (PC industrial e coletor de dados); robótica (robô de inspeção em VR; AGV Logistics); e dispositivos inteligentes (câmeras conectadas à nuvem inteligente, sensores de máquina com cloud computing).

As provas serviram para apoiar a Anatel na regulação de capacidades e conformidades do 5G em sub 6 GHz e analisar aspectos técnicos do 5G em ondas milimétricas. Agora, o teste da WEG chega em uma segunda etapa neste ano, com validação de casos de uso em ondas milimétricas, uso de conectividade baseada no release 16, além de teste com OpenRAN em 2023.