[Atualizados às 21h05 do dia 14/02/2022 com dados atualizados de produtos e das operações da empresa] A Maxtrack incorporou à empresa o seu braço de tecnologia de Internet das Coisas e inteligência artificial, a Denox, no começo deste mês de fevereiro. A estratégia busca unir os esforços em sua principal marca e simplificar o portfólio para crescer em três frentes: gerenciamento de veículos de carga pesada; veículos de transporte de passageiros; e plantas/fábricas conectadas.

Antes da pandemia do novo coronavírus , a Denox focava no desenvolvimento de sistemas e softwares e a Maxtrack no hardware. Com mais de 20 anos de mercado, a empresa vendia de 350 a 400 mil equipamentos de IoT por ano. Mas este cenário foi alterado com a crise.

“A Maxtrack era venda de hardware puro. Nem fazíamos contrato. Trabalhávamos por pedidos, que vinham muitos. Quando veio a pandemia, não tínhamos contrato de longas datas. Vimos que precisávamos ter contratos duradouros”, explica Bráulio de Carvalho, CEO da Maxtrack, sobre a mudança que a empresa fez a partir de 2019 para oferecer hardware e software em uma única oferta. “Agora não é mais ‘só hardware’. Mudamos para serviço. Oferecemos o hardware com atendimento e NOC (Network Operations Center). É IoT na veia”, completa.

Além da mudança estrutural, a companhia também fez uma mudança em sua marca:

Tecnologias

Atualmente, a companhia oferece:

Planta inteligente – com iscas para identificar carga roubada e desviada; crachá inteligente com localização em tempo real que avisa informações de emergência com inteligência de desaceleração (se a pessoa cai em uma mina, por exemplo); e controle de ativos;

Veículo pesado – telemetria (segundo a segundo e em tempo real); DVR (Digital Video Recorder), para filmar a cabine de caminhão; câmera ADAS (Advanced driver-assistance systems), sistema para analisar a fadiga do motorista via câmera; e torres de serviço, uma delas em parceria com a MedNet para acompanhamento psicológico para o motorista;

Veículo de passageiro – tecnologias similares dos veículos pesados, com acréscimo de Wi-Fi gratuito para o passageiro, câmeras que medem o conforto dos passageiros, garantia de execução de viagens e previsão de chegadas.

“Os três (módulos) chegam como ofertas únicas para o mercado. Mas eles convergem em alguns casos, como o monitoramento de fadiga para a parte de caminhões e ônibus. O equipamento é muito igual. A parte sistêmica será em plataforma e pode ser customizada por operação”, explica Carvalho.

Os módulos de IoT da Maxtrack são projetados por duas design houses que a companhia possui em Hong Kong e Pequim. A companhia possui uma base logística que agrupa e envia os componentes para fabricação ao Brasil na fábrica de Betim. Uma equipe em Nova Lima/MG desenvolve toda a tecnologia de processamento de dados, inteligência artificial, visão computacional e big data utilizada pelos clientes.

Esses módulos têm Wi-Fi, LoRA, LTE/GSM e Bluetooth embarcados para garantir a conectividade em diferentes ambientes e locais. Dependendo da necessidade do cliente, o equipamento pode ter uma ou mais tecnologias ligadas. Em LoRA, o fornecedor de rede é a American Tower que possui uma solução P2P nos equipamentos, que conseguem conversar entre si. Em celular, a companhia usa a rede da Vivo, sendo que apenas com esta operadora são mais de 130 mil linhas ativas.

Uso

Com uma carteira de clientes como Raizen, Vale e SPTrans, a companhia vem apresentando resultados de destaque com o conceito de Plataforma como Serviço (Platform as a Service ou PaaS, no original em inglês), que une hardware conectado e software que traz informações em tempo real.

Em transporte de passageiros, a companhia contribui com a oferta de Wi-Fi gratuito em 7 mil ônibus na cidade de São Paulo que levam mais de 8 milhões de passageiros por dia. Em transporte pesado, o sistema monitora mais de 9 mil motoristas diariamente em uma frota de 15 mil veículos. E, com uma média de 100 a 120 alertas de fadiga/desatenção por mês, a Maxtrack não contabilizou nenhum acidente em um ano e meio.

Futuro

O CEO da empresa explica que pretende adicionar a seu portfólio até o final do ano 15 mil novos veículos, 10 mil iscas, 7 mil crachás, além de melhorar os painéis de gestão e entrega de informação das operações. No cronograma até o final do ano, a companhia deve lançar mais produtos de hardware e sistema, um deles é um modelo de gasto de combustível por meio de análise de dados e novas funcionalidades de DVR aliado à telemetria e sensores.

Sobre o avanço para novas verticais, o executivo confirma que existe a possibilidade de entrada em segurança e outras indústrias pesadas, mas prevê um avanço com cautela: “No mundo de IoT, se você se deixar levar, cria produtos o tempo todo”, conclui.