Wi-Fi

Ilustração: Cecília Marins

A Lenovo é bastante conhecida pelo consumidor brasileiro por seus notebooks e pelos smartphones da Motorola, marca que adquiriu em 2014. Mas no exterior ela atua também como fabricante de redes 5G com arquitetura OpenRAN, tendo projetos importantes especialmente na China. Agora, a companhia planeja expandir sua atuação em infraestrutura móvel para o mercado brasileiro, de olho na demanda por redes privativas. 

A fabricante tem um portfólio completo de unidades de rádio remota (RRUs) e unidades de banda base (BBUs) para 5G, compatíveis com OpenRAN e habilitadas a trabalhar com ondas milimétricas. O processo de homologação de seus equipamentos no Brasil já está em andamento na Anatel, informa o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Lenovo no Brasil, Hildebrando Lima, em conversa com Mobile Time. 

O executivo reconhece que brigar com os grandes players de infraestrutura pelos contratos das três maiores operadoras nacionais é uma tarefa difícil. E, exatamente por isso, a Lenovo optou por começar focando em redes privativas móveis, mercado em ascensão no Brasil.

Para demonstrar sua tecnologia no País, a Lenovo vai instalar uma rede privativa móvel com os seus equipamentos em sua fábrica de Indaiatuba/SP. “É uma fábrica superautomatizada. Vai ser nosso showcase”, comenta Lima.

Centro de P&D em Natal

Como parte de sua estratégia para o mercado brasileiro de infraestrutura de rede móvel, a Lenovo vai construir um centro de pesquisa e desenvolvimento sobre 5G em Natal, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O prédio, com 8,6 mil m², deve ficar pronto dentro de 18 meses e contará com aproximadamente 65 profissionais, a maioria ligados à universidade. O projeto deve consumir cerca de R$ 60 milhões dentro de 24 a 36 meses.

Esse será o quarto centro de P&D da Lenovo em 5G no mundo. Os outros três estão na China, nos EUA e na França. Enquanto o prédio brasileiro não fica pronto, profissionais da Lenovo e professores da UFRN já trabalham juntos em duas pesquisas: uma sobre o uso de código aberto no gerenciamento de redes privativas e outra sobre orquestração de plataformas. Ambas atendem a demandas de uma grande operadora móvel chinesa, cujo nome não pode ser revelado.