Quem já ouviu falar em "T-commerce"? Uma rápida busca na Internet mostra que o termo é usado para se referir ao comércio eletrônico através da TV digital. Porém, o nome começa a ser reaproveitado com outro sentido: o de comércio eletrônico através de tablets. É assim que a brasileira Arizona, por exemplo, classifica os dois projetos que está desenvolvendo para lançamento no primeiro trimestre de 2012: são aplicativos de comércio eletrônico para tablets nos sistemas operacionais iOS e Android. Os nomes dos clientes, contudo, ainda não podem ser revelados. "Apostamos forte em T-commerce para o ano que vem no Brasil, principalmente em produtos de alto valor agregado. Através de apps em tablets as pessoas farão pesquisas, comparações de preços e, claro, compras", descreve Marcus Hadade, co-fundador e diretor de relações institucionais e desenvolvimento de negócios da empresa.

A Arizona criou recentemente uma área dedicada exclusivamente a tablets. Esse segmento deve responder por 2% dos R$ 49 milhões que a companhia pretende faturar este ano. Até 2015, espera-se que a participação suba para 5%, diz o executivo. Em 2012, a Arizona estima registrar uma receita total de R$ 60 milhões.

Embora o T-commerce seja considerado uma oportunidade quente para o ano que vem, a maior parte dos projetos da Arizona na área de tablets estão relacionados à adaptação de conteúdo multimídia. A empresa é especializada em serviços de premedia, que consiste em transacionar conteúdos entre variadas plataformas, de revistas à web, passando por tablets e quaisquer outras mídias. "Uma empresa de premedia precisa estar em todas as mídias que aparecem", justifica Hadade. Em tablets, a Arizona trabalha com o software de publicação da Adobe. Entre seus clientes estão a Natura e a Editora Três.

A adaptação de conteúdo representa 70% do faturamento da Arizona com tablets. Os 30% restantes vêm da produção de anúncios para essa mídia, a pedido de agências publicitárias. O T-commerce, por sua vez, começará a gerar retorno financeiro no ano que vem, ainda não sendo possível prever sua participação.