Sirlene Honório, diretora de marketing e vendas do CPQD; Ricardo Garrido, gerente geral da Alexa, da Amazon; Eduardo Santos, diretor de conteúdo e serviços da Samsung; Walquiria Saad, country lead de parcerias no Brasil para o Google Assistente; Roberto Valente, CEO da Interactive Media; e Fernando Paixa, editor do Mobile Time

Uma das maneiras de saber a previsão do tempo no smartphone é por cliques. É preciso desbloqueá-lo, clicar no aplicativo e selecionar a cidade. Às vezes, o usuário tem que adicionar a localidade desejada. Na voz, a conversa é outra. Basta perguntar qual a previsão do tempo e Alexa, Bixby, Google Assistente ou outro voice bot dá a resposta imediatamente. A voz é o input mais adequado se for comparada com o texto não apenas para esse tipo de situação, como para outras tantas. Executivos de Amazon, CPQD, Google, Interactive Media e Samsung conversaram sobre o tema e o potencial dos assistentes de voz em estimular tanto jovens como idosos em usar essa tecnologia e seu potencial para a acessibilidade. A conversa aconteceu nesta quinta-feira, 17, no segundo dia do Super Bots Experience 2020, evento promovido por Mobile Time.

Roberto Valente, CEO da Interactive Media, afirmou que a interface de voz pode ser mais eficiente se comparada com o texto. Para o executivo, ela tem menos fricção e uma curva de aprendizagem baixa. “Um digitador rápido escreve 45 palavras por minuto. O usuário fala 125 palavras por minuto. É natural do ser humano falar”, resumiu o executivo ao explicar sobre a rapidez e a praticidade da tecnologia de voz.

Eduardo Santos, diretor de conteúdo e serviços da Samsung, apontou para um uso mais intenso dos voice bots pelas gerações mais novas. Ele acredita que os jovens são os que mais usam a ferramenta. “Em qualquer momento que faça sentido não ter a digitação, a voz é fundamental. E para os jovens a interação por voz é algo normal. Eles usam muito”, disse. Santos lembra que a tecnologia está apenas começando, mas que seu uso vai explodir muito em breve. “Ao fazer um exercício na rua, a interação com voz é fundamental. Acionar um ar condicionado, ligar uma lâmpada,:as pessoas vão falar com os equipamentos. Estamos só no começo da jornada”, acrescentou.

Ricardo Garrido, gerente geral da Alexa, da Amazon, não enxerga uma separação geracional no uso dos assistentes de voz. Muito pelo contrário. O voice bot pode unir crianças e idosos pelo uso fácil e simples da tecnologia. “A nova geração lida de forma bem diferente com a tecnologia, mas a velha também vai conseguir operar essa. Pessoas mais velhas, com síndromes, com limitações intelectuais ou outras questões também podem usar. É uma tecnologia muito inclusiva”, resumiu o executivo da Amazon.

Sirlene Honório, diretora de marketing e vendas do CPQD, reforçou o discurso de que a voz é um input democrático, que pode ser usada por diferentes gerações e perfis socioeconômicos. “A voz vai de A a Z”, resumiu. “O idoso tem mais facilidade e pessoas com baixo letramento também. No nosso País, ainda temos muito disso”, lembrou a executiva. “Mas essas pessoas podem ter smartphones e a tendência é que elas tenham cada vez mais esses aparelhos”, completou Honório, lembrando que os dispositivos móveis serão a porta de entrada para o uso dos voice bots pela maior parte da população brasileira, inclusive de analfabetos e analfabetos funcionais.

“O CPQD tem soluções com foco nesse público, mas também para pessoas com deficiência visual. Esse público acessa a assistente ao passar o dedo sobre a tela”, explica a diretora de marketing. Outro uso para os voice bots está no agronegócio. Honório lembrou de uma solução do CPQD voltada para operadores de máquinas que hoje em dia conversam com a assistente para tomada de decisões assertivas em tempo real.

Walquiria Saad é country lead de parcerias no Brasil para o Google Assistente

Para os mais velhos, a voz é uma forma de usar a tecnologia de forma rápida e fácil. “(A voz) é muito abrangente e o diferencial é que a curva de aprendizado é baixa. Por isso pode ser usada por crianças que ainda não foram alfabetizadas e por idosos”, disse Walquiria Saad, country lead de parcerias no Brasil para o Google Assistente. A executiva também lembrou que os assistentes pessoais virtuais podem auxiliar não apenas as pessoas com alguma deficiência, mas também os incapacitados temporariamente – ou seja, aqueles que passaram por uma cirurgia ou estão com um braço imobilizado, por exemplo.

Por outro lado, o CEO da Interactive Media, lembrou que há situações onde não é possível fazer barulho ou a pessoa não quer ser ouvida por outras. Neste caso, o discurso muda de figura e o texto ganha relevância.