| Publicada originalmente no Teletime | Com um piloto de rede móvel 5G em uma capital (Fortaleza) e outras cidades em fase de construção, a Brisanet apontou que os serviços deverão estar comercialmente ativos apenas no segundo trimestre de 2023.

O tema foi abordado em teleconferência sobre resultados da empresa realizada nesta quinta-feira, 17. CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira explicou que o adiamento frente à data inicial (março de 2023) tem a ver com maior prazo para implementação de sistemas. Já a construção de sites próprios segue em curso, uma vez que a operadora não está recorrendo às empresas de torres.

“Estamos construindo a rede do zero e, no futuro, vamos avaliar se usamos torres das torreiras. No momento, estamos construindo as nossas torres e subindo rádios e a plataforma core de rede”, explicou Nogueira. Em maio, a Brisanet adquiriu R$ 230 milhões em equipamentos 5G da Huawei.

Nesta quinta-feira, o CEO da Brisanet também firmou Fortaleza como a capital que receberá o piloto, além de outras cidades de menor porte. Assim como outras entrantes 5G, a empresa pretende utilizar roaming para auxiliar o início das operações em cidades não cobertas e sinalizou que um acordo com uma das teles está encaminhado.

Já em dois ou três anos a situação do roaming pode se inverter, entende Nogueira, com a própria Brisanet ofertando o serviço para demais empresas a partir de sua rede. Além do Nordeste, onde promete grande capilaridade, a cearense tem espectro para 5G no Centro-Oeste.

Investimentos

Como apontado no balanço do terceiro trimestre, a empresa está reduzindo o ritmo de construção de casas passadas com fibra (HPs) nos últimos trimestres.

Com o adicional de investimentos 5G, contudo, o capex da Brisanet em 2023 deve se manter entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão, tal qual o previsto para o consolidado deste ano, de acordo com a diretora de RI e assuntos estratégicos da provedora, Luciana Ferreira.

Já Nogueira admite uma aceleração dos investimentos no caso da demanda pela rede 5G surpreender ao longo do primeiro semestre do ano que vem. Mesmo neste cenário, a empresa não tem intenção de superar 2,5x de alavancagem de dívida líquida/Ebitda, ante atuais 2,0x. Captações de recursos para 2023 estão sendo discutidas com bancos privados e de fomento, adiantou a diretora de RI.

No caso da banda larga – na qual a Brisanet tem mais de 1 milhão de acessos –, a expectativa de adições para 2023 é de 250 mil assinantes, próxima da projetada neste ano (até outubro eram 196 mil). Durante a call, Nogueira destacou que a provedora tem liderado indicadores de adições orgânicas de Internet fixa.