O percentual de inovação das indústrias brasileiras caiu 2,4 pontos percentuais entre 2021 e 2022, de 70,5% para 68,1%: essa é a proporção de empresas que criaram um produto/serviço novo ou aprimoraram um processo com uma nova tecnologia/novo negócio.

O dado é da pesquisa de inovação semestral (PINTEC) financiada pela ABDI com produção estatística do IBGE e apoio técnico da UFRJ que foi divulgada nesta quarta-feira, 20.

Feito com 1,5 mil indústrias entre agosto e outubro de 2023 para ver como o setor está se adaptando à inovação no passado, presente e futuro, o estudo revelou que a inovação cresceu apenas entre as grandes (mais de 500 funcionários), uma leve alta de de 76% em 2021 para 77% em 2022.

Os setores que mais inovam são máquinas e equipamentos, informática, eletrônicos e ópticos, e produtos químicos.

Investimento

Por outro lado, o estudo revela que houve um leve aumento na proporção das empresas que investiram em pesquisa e desenvolvimento no Brasil de 0,5 ponto percentual, de 33,9% em 2021 para 34,4% em 2022. Porém, Flávio Peixoto, gerente da Pintec, afirmou que assim como acontece no índice de inovação, há uma grande concentração dos investimentos em grandes empresas, mesmo em recuo:

54,3% das grandes empresas declararam terem investido em P&D em 2022, queda de 2 p.p conta 56,3% de 2021.

Por sua vez, a proporção de médias indústrias (250 a 499 funcionários) que investiram em P&D cresceu 4,4 p.p, com 41,2% ante 36,8%, na comparação ano a ano. Entre as pequenas do estudo (100 a 249 ocupações), o percentual foi estável com 25,3% dizendo que investiram em pesquisa e desenvolvimento.

Dos segmentos que mais investem, o Pintec aponta o farmoquímico e o farmacêutico, produtos químicos e informática, eletrônicos e ópticos: “A indústria de transformação é responsável pela maior parte dos gastos. Mas se olharmos para cada um dos setores, nós percebemos que as indústrias extrativas foram mais responsáveis pela distribuição dos gastos”, completa Peixoto.

Problemas

O percentual das empresas que cooperam para inovar teve queda de 8,5 p.p, de 41,7% para 33,2% na comparação ano a ano. Fornecedores são os principais parceiros para inovar, mas tiveram queda de 7,9 p.p, de 35,3% para 27,4%. Mas o lado positivo é um aumento no relacionamento com startups de 0,4 p.p., de 8,7% para 9,1%. Assim como em outras categorias, as empresas com mais de 500 funcionários são aquelas que mais investem em cooperação: 55,3%, uma queda de 2,7 p.p ante 2021.

Imagem principal: Artista Nik Neves para o Mobile Time