Todo smartphone vem com alguns aplicativos embarcados de fábrica. A lista varia de acordo com o sistema operacional e o fabricante. Mas dois deles são comuns a qualquer aparelho, independentemente da marca, e costumam ser expostos na primeira tela: o app para a realização de chamadas telefônicas, geralmente representado pelo desenho de um telefone; e o aplicativo para ler e escrever mensagens, identificado pelo desenho de um envelope ou de um balão de texto. São apps para acesso a funções básicas de qualquer telefone móvel e que, portanto, não podem ser desinstalados. Contudo, ambos podem ser removidos da homescreen do aparelho. E é exatamente isso o que está acontecendo no Brasil, aos poucos, revela a nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre uso de apps.

Nos últimos 12 meses, subiu de 6% para 9% a proporção de brasileiros com smartphone que não possuem o app de realização de chamadas na tela inicial. No mesmo intervalo de tempo, cresceu de 15% para 19% o percentual que dispensou da homescreen o ícone de acesso às mensagens de SMS.

O movimento de retirada desses dois apps da tela inicial do smartphone nacional pode ser explicado pelo crescente uso de aplicativos de comunicação over-the-top (OTT), com destaque para o WhatsApp, líder absoluto no País. Chama a atenção o fato de isso acontecer a despeito de um esforço das operadoras em incentivar chamadas de voz em suas redes, com a oferta de pacotes com ligações ilimitadas tanto para clientes pós-pagos quanto para clientes pré-pagos.

Em compensação, a leitura de outra descoberta da pesquisa ameniza o lado das teles: está crescendo a utilização de comandos de voz pelos brasileiros para realizar ações em seus smartphones. 67% dos entrevistados declaram já ter experimentado esse tipo de interface em seus aparelhos para realizarem ligações e outras tarefas. Na primeira vez que isso foi perguntando, seis meses atrás, na edição anterior dessa pesquisa, o percentual era de 64%. É possível que uma parcela dos brasileiros que removeram os ícones do telefone e do SMS de suas telas iniciais o tenham feito não necessariamente por causa de uma queda na utilização, mas porque agora acessam essas funções por meio de comandos de voz a partir de qualquer tela.

Capa do novo relatório sobre uso de apps

Vale lembrar também que algumas operadoras nacionais estão prestes a lançar o serviço de RCS, tido como a evolução do SMS. Sua adoção vai permitir a troca de mensagens multimídia pela rede das teles, possibilitando a adoção de uma interface muito parecida com aquela dos apps OTT. Se o RCS se popularizar, talvez gere um movimento de retorno do app de mensagens para a homescreen nacional.

Mais dados

O novo relatório inclui um levantamento inédito sobre o uso de relógios e pulseiras conectados no Brasil, assim como o tradicional radar de popularidade de apps, que mostra quais os aplicativos baixados pelo brasileiro mais comuns em sua tela inicial. O documento pode ser baixado gratuitamente aqui.

A pesquisa entrevistou em novembro 1.737 internautas brasileiros que possuem smartphone. O estudo tem validade estatística, com margem de erro de 2,3 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.