O Itaú já contabiliza 5 milhões de chamadas mensais para a API de SIM Swap do Open Gateway, que permite checar informações sobre mudanças de SIMCard nas redes das operadoras. Segundo Bruno Cezzaretto, coordenador de telecom do banco, essa API é a mais avançada em uso na companhia, pois todas as operadoras têm.
Durante o MobiXD 2025, evento organizado por Mobile Time na última terça-feira, 20, o executivo disse que a API de Know Your Customer (KYC) acumula 3 milhões de chamadas em três meses de uso. Ela é usada em algumas jornadas do banco, como validação de CPF e de telefone do cliente.
Como um dos principais clientes das operadoras no Open Gateway, o Itaú criou internamente o You Open Gateway, uma central que permite aos desenvolvedores do banco acessarem as APIs das operadoras para criação de projetos.
Além do SIM Swap e do KYC, o Itaú vem testando as APIs de:
- Quality on Demand (QoD) para acelerar acessos nas jornadas de Pix e máquinas de cartões (POS);
- Verificação de número telefônico como alternativa à senha única (OTP);
- Geolocalização para confirmar a posição do consumidor.
Cronograma do Open Gateway na Claro
A Claro tem um cronograma de lançamento de pelo menos sete APIs do Open Gateway para 2025. O head de vendas de data analytics da operadora, João Del Nero, compartilhou a lista. São elas:
- Tenure – a verificação da duração da permanência de um usuário móvel vinculado a um número de celular com sua operadora de telefonia móvel;
- Recycling – verifica troca de titular da linha na operadora;
- Location retrieval – informa a localização de um dispositivo;
- Geofencing – alerta quando um dispositivo entra em uma determinada área;
- ConsentInfo – determina a necessidade e pedido de consentimento do usuário;
- QoD – permite determinar a qualidade da demanda dos usuários;
- Senha única (OTP) para SMS – oferece autenticação de serviço segura aos provedores de serviços.
Dessas soluções, a prioridade no momento é a Tenure, devido a um pedido do Itaú. O executivo da Claro afirmou que a expectativa é que esta API esteja disponível no meio do ano.
Dificuldades
Dos desafios que o Itaú tem encontrado no Open Gateway, o coordenador citou a latência para as chamadas e o descompasso no lançamento de APIs, uma vez que o esforço conjunto entre as companhias que foi determinante no começo do ecossistema aberto não está mais no mesmo compasso. Ou seja, as operadoras estão lançando as APIs individualmente.
O head de vendas de data analytics da Claro, João Del Nero, detalhou que isso ocorre pela realidade da rede de cada operadora. Deu como exemplo o QoD, pois uma companhia pode ter equipamentos mais avançados para checar a qualidade da rede e outras podem precisar fazer uma atualização tecnológica para começar a aferir e, só então, disponibilizar a API.
Andrea Faustino, vice-presidente de serviços de cloud e software da Ericsson, reforçou que o desenvolvimento de novos modelos e serviços das operadoras no Open Gateway passa por melhorias na rede, como agilidade, continuidade de serviço e orquestração de recursos. Disse ainda que as telcos “precisam entender como se preparar” para este universo.
Aduna no Brasil
A executiva da Ericsson ainda confirmou que a Aduna, a joint-venture da Ericsson com operadoras globais, como Telefónica e América Móvil, já firmou seus primeiros contratos na América Latina e no Brasil. Importante lembrar, a Aduna (do latim, juntos como um) é um marketplace que conecta APIs das operadoras aos desenvolvedores. Sua tecnologia é baseada na Vonage (empresa comprada pela fornecedora sueca) e Google Cloud.
Imagem principal: coordenador de telecom no banco Itaú, Bruno Cezzaretto (crédito: Galeria Marcos Mesquita/Mobile Time)