O Telegram se manifestou em resposta à reportagem de Mobile Time, publicada na última sexta-feira, 18, sobre o aumento do índice de denúncias de pornografia infantil no aplicativo de mensageria, reportado pela SaferNet.

“Conteúdo que incentiva o abuso de menores não tem lugar no Telegram. O app usa uma combinação de moderação proativa de conteúdo publicamente visível e relatórios de usuários. Cada denúncia recebida é cuidadosamente examinada pelos moderadores e o conteúdo que viola nossos termos de serviço é removido”, escreveu à nossa reportagem o porta-voz da empresa Remi Vaughn.

Vaughn afirmou ainda que, desde o início de fevereiro, até esta terça-feira, 22, 17.485 grupos e canais teriam sido removidos por denúncias de pornografia infantil no grupo Stop Child Abuse.Segundo ele, qualquer usuário pode denunciar conteúdos impróprios por este grupo, ou ainda enviando um e-mail para [email protected].

Aumento de denúncias

De acordo com pesquisa da SaferNet Brasil, somente no Telegram, de 2020 para 2021, as denúncias de pornografia envolvendo crianças e adolescentes aumentaram 99,5%, enquanto este número despencou no WhatsApp. A associação acredita que esteja havendo uma migração, uma vez que o WhatsApp teria uma política mais dura no combate ao abuso sexual de crianças, ao contrário do Telegram.

A SaferNet também criticou a falta de diálogo e transparência do Telegram, uma vez que o aplicativo não responde a autoridades e não há relatórios disponíveis.

A reportagem de Mobile Time tentou, por diversas vezes e sem sucesso, contato com o aplicativo antes de publicar a referida matéria. Somente nesta terça-feira, 22, o Telegram se pronunciou – uma das primeiras vezes, aliás, que o aplicativo vem a público falar com a imprensa brasileira.

Crescimento rápido

O Telegram não para de crescer no mercado nacional. De acordo com a nova edição da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel, o aplicativo de mensagens agora está instalado em 60% dos smartphones nacionais. Três anos atrás, em janeiro de 2019, o Telegram estava em apenas 13% da base nacional de smartphones.