|Publicado originalmente no Teletime| Além de questões relacionadas à interferência na faixa de 3,5 GHz, o leilão do 5G enfrenta ainda o contexto macroeconômico e político, uma vez que uma eventual proibição da Huawei e outros fornecedores chineses no Brasil interferiria diretamente no custo da implantação da rede, como apontou a Claro. Para a empresa, o certame só deve acontecer quando forem resolvidos esses pontos.

Durante teleconferência promovida pelo deputado Vinícius Carvalho (Republicanos-SP) nesta semana, o vice-presidente de relações institucionais da Claro, Fábio Andrade, falou em “preocupações”. Além de citar os aspectos técnicos ainda a serem definidos, ele destacou decisões do governo que precisam ser consideradas. “Acho que a questão dos equipamentos chineses [preocupa], se vai poder ser usado ou não, percentualmente quanto pode ou não. Essa questão politica acho muito importante porque impacta nos custos dos equipamentos de maneira muito grande”, afirmou.

O governo brasileiro tem sinalizado alinhamento com os Estados Unidos, embora as operadoras coloquem ressalvas na redução de players no 5G e de o próprio governo já ter definido, na Norma 4 do Gabinete de Segurança Institucional, uma única limitação no sentido de assegurar sempre mais de um vendor por operadora. Por sua vez, a Huawei continua se defendendo e ressaltando não terem surgido provas concretas das acusações dos norte-americanos.

Maturidade 

Andrade também colocou que a revisão da Lei das Antenas, questões tributárias para a Internet das Coisas e ainda a modelagem final do leilão de 5G são fatores a colocar na ponta do lápis para fazer a conta.

Além disso, maturidade é necessária. “Eu defendo o leilão para o ano que vem para que, quando a gente implemente a tecnologia, possamos utilizar 100% da capacidade. [Ainda há problemas de] antenas, modelo de leilão, tudo isso para resolver para que consiga aproveitar a tecnologia ao máximo”, declara.