Uma das questões que permearam as discussões do MWC19 Los Angeles, evento de mobilidade para as Américas organizado pela GSMA, que aconteceu esta semana nos EUA, foi o peso das questões de segurança nas novas redes 5G e IoT em desenvolvimento. Existe um entendimento comum de que a rede 5G será fundamental para uma série de aplicações e dispositivos que hoje ainda não costumam estar conectados a nenhum tipo de rede de comunicação, como veículos, máquinas, dispositivos domésticos etc, e que no ambiente de 5G e com o desenvolvimento da Internet das Coisas torna-se uma realidade bastante diferente. “Há elementos críticos de segurança em todos os elos da cadeia, e responsabilidades de todos. Os fornecedores, os operadores, os provedores de serviços e de aplicações e governo também”, diz Mike Murphy, CTO para as Americas da Nokia. Mary O’Neill, vice-presidente de segurança da Nokia Software, vai mais longe. “Se olharmos para o mercado de IoT, serão milhões de dispositivos diferentes conectados. Mas se olharmos hoje apenas os dispositivos móveis, eles sozinhos já são a porta para malware e geram 78% dos ataques à rede”, diz a executiva.

Para Murphy, as redes 5G oferecem mais dispositivos de contenção. A começar pela possibilidade de segmentar a rede para diferentes aplicações, com o slicing, que cria uma espécie de conexão dedicada para cada tipo de usuário, com diferentes parâmetros de qualidade e segurança. “Mas é claro que o risco existe e é por isso que a questão da segurança é crítica a todo ecossistema”. Um outro elemento apontado no MWC19 como crítico no processo de implementação das redes 5G é o crescente nível de virtualização das redes e a descentralização, para a ponta das redes, de boa parte do processamento das próprias redes e aplicações (edge-computing). Esta evolução é praticamente um imperativo para a adoção das tecnologias 5G, como forma de assegurar latências menores e maiores velocidades de acesso, mas é um elemento que contribui para ampliar a vulnerabilidade das redes. Da mesma forma, as operadoras de telecomunicações parecem empenhadas em fazer prevalecer um modelo de redes abertas em todos os elementos, desde os elementos virtualizados da rede até a parcela de rádio da infraestrutura (OpenRAN).