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[Matéria atualizada em 25/10/21, às 20h para inserir posicionamento do YouTube] O Facebook retirou de sua plataforma a última live de Jair Bolsonaro (sem partido) publicada na quinta-feira (21) passada. O Presidente associou as vacinas contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. O Instagram também bloqueou o vídeo por conter fake news e, nesta segunda-feira, 25, no início da noite, o YouTube comunicou que também retirou o vídeo de sua plataforma.

Em comunicado, o Facebook disse: “Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de COVID-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas.”

No caso do YouTube, o presidente da República já havia recebido um alerta de violação à política da plataforma, em julho, por ter cometido uma infração. Assim, por conta dessa última live com fake news, Bolsonaro teve seu canal bloqueado por sete dias. Isso significa que ele está impedido de subir conteúdo novo ou fazer lives, assim como não pode utilizar outras contas para esses fins.

Segue o posicionamento do YouTube:

“Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas. As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política”.

Durante a live, Bolsonaro citou uma suposta pesquisa feita pelo Reino Unido de que a vacinação completa – ou seja, quem tomou as duas doses – desenvolveria mais rapidamente Aids.

A associação começou em um site que divulga boatos e fake news.

A Unaids, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS, emitiu uma nota de esclarecimento assegurando “que não há evidência científica de associação entre receber a imunização completa e ter mais risco para adoecer em decorrência da AIDS”.

“As formas de transmissão do HIV são bem conhecidas e detalhadas em literatura médica disponível e a vacina não é uma forma de transmissão possível”, continuou o comunicado.

A Unaids aconselha a todas as pessoas que vivem com o HIV tomem a vacina e a dose de reforço.

A Sociedade Brasileira de Infectologia também se pronunciou por meio de um comunicado no último sábado, 23. “Não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a COVID-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida”, escreveu o Comitê Científico de HIV/AIDS da SBI. A instituição, assim como a Unaids, reforçou a importância da vacinação para este grupo de pessoas e da dose de reforço, já disponível para quem já recebeu a segunda dose há mais de 28 dias. “Repudiamos toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação existente”, completou.

O portal G1, em sua sessão Fato ou Fake, informou que contatou o Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, que afirmou que a publicação é de um site que propaga desinformação e teorias da conspiração e disse que a história é falsa.

Natalia Pasternak reagiu no Twiiter: “Vacinas não causam AIDS!!!! Nenhuma vacina! Parece que eu estava adivinhando que só faltava isso”.