5G

Ilustração: Cecilia Marins

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a WEG/V2COM firmaram parceria para continuar a execução de testes de conectividade em rede 5G, agora com base no Release 16 do 3GPP. Considerado como a “fase 2” do 5G, o Release 16 permitirá conexões massivas M2M e ultra confiáveis (uRLLC). Os testes, que se iniciam em dezembro, serão conduzidos pelo projeto Open Lab 5G WEG-V2COM.

A execução será acompanhada pela Anatel, que, desde 2020, possui Acordo de Cooperação Técnica com a ABDI para permitir a realização de experimentos de redes privativas de 5G na indústria, agricultura e em cidades inteligentes.

Em novembro de 2020, começaram os experimentos em ambiente industrial, com base no Release 15 do 3GPP, para testar a conectividade de diversos dispositivos IoT à rede 5G na produção da fábrica da WEG Drives & Controls, localizada em Jaraguá do Sul (SC). O relatório executivo da WEG/V2COM foi entregue à ABDI e à Anatel.

Os testes práticos constataram um desempenho superior ao Wi-Fi. Nos testes de throughput (velocidade de transmissão de dados), o 5G apresentou capacidade 12 vezes maior do que as redes Wi-Fi, sendo quatro vezes maior em upload e 46 vezes maior em download. Além disso, o 5G ofereceu uma constância e estabilidade, mesmo em testes de estresse, sem grandes variações, na transmissão de dados. O relatório concluiu que a tecnologia disponível já tem qualidade o suficiente para ser adotada em plantas fabris.

O documento também destacou que a viabilidade econômica da tecnologia melhora com a quantidade de pontos conectados na indústria. A expectativa é que a adoção do 5G na indústria se massifique em um prazo de três anos.

Os testes contaram com a participação da Qualcomm, Claro, Nokia e Ericsson. Foram feitos com duas redes privativas, uma mista (integrada), em parceria com a  Claro, com infraestrutura Ericsson. A outra, independente, foi em parceria com a Nokia. Ambas tiveram performances similares. Os dados auxiliaram a Anatel nas decisões em relação ao 5G.

Foram verificados três grupos de casos de uso: IoT industrial, robótica e dispositivos inteligentes. Para isso, três indicadores foram considerados: a velocidade de transmissão de dados, a densificação de malha de conexões (comparando 5G e Wi-Fi) e a confiabilidade de conectividade 5G em ambiente indoor.

Casos de uso

Em IoT industrial, foi utilizado um Coletor de Dados na empacotadora do setor de montagem, auxiliando na verificação de dados sem atrasos, pela baixa latência, com assertividade na contabilização de peças e embalagens produzidas.

Em robótica, robôs logísticos foram conectados a esteiras inteligentes, que transportam equipamentos. A comunicação chegou a pontos que o Wi-Fi não poderia atender. A WEG/V2COM também implementou um robô de inspeção com uso de realidade virtual, utilizando uma câmera 360 graus.

 No experimento com câmeras inteligentes, o 5G substituiu a conectividade cabeada, permitindo ampliação no número de equipamentos e na flexibilização da instalação, que pôde ser feita em pontos não alcançados atualmente.